A batalha pelo poder na Geap
Guerra política abala Geap |
Autor(es): DENISE ROTHENBURG » PAULO TARSO DE LYRA |
Correio Braziliense – 08/02/2013 |
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O plano de saúde do funcionalismo público vive em meio a uma guerra política. Partidos lutam para dominar a instituição
Dirigentes acusam o governo de tenta afastar conselheira para devolver a direção da entidade ao PP do deputado Paulo Maluf
Integrantes dos conselhos Deliberativo e Consultivo da Fundação de Seguridade Social (Geap) acusaram ontem o governo de interferência política indevida para tentar afastar a conselheira Eloá Cathi Lôr e, assim, conseguir devolver a direção executiva da instituição ao PP de Paulo Maluf, que apoiou a candidatura de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo. “Eloá está sendo bode expiatório porque passou a votar com os trabalhadores”, afirma Henrique Menezes, representante eleito do conselho consultivo. O PP malufista reivindica a retomada do cargo desde o final do ano passado, quando Paulo Paiva, indicado pelo deputado paulista, foi afastado por decisão do conselho, sem consulta prévia ao governo federal. Um novo diretor ligado ao grupo só poderá ascender ao posto se tiver maioria no Conselho Deliberativo. Ele é formado por três representantes eleitos dos trabalhadores e três do governo, indicados pelos Ministérios da Saúde, dos Transportes e da Previdência. Em caso de empate nas votações, o voto de minerva cabe ao presidente do colegiado, considerado aliado fiel do governo. Já Eloá é vista como voto garantido contra a indicação do representante do PP. Por isso, dizem os conselheiros, o governo estaria tentando substituí-la. Na reunião em que Paiva foi afastado, os conselheiros dizem ter recebido pressões diretas do secretário-executivo do Ministério da Previdência, Carlos Gabas, para que a medida não fosse adotada. Aliados da conselheira afirmam ainda que, ao cobrar dela a apresentação de uma carta com os motivos do afastamento de Paulo Paiva, a intenção do governo seria “ter uma justificativa política para apresentar aos aliados” e jogar a responsabilidade pela queda do ex-diretor-executivo para o Conselho Deliberativo e Eloá. Além disso, ela tem mandato até 2014 e seu afastamento só poderia ser decidido pelo Conselho. Desordem Na carta, ela relata ainda que, em setembro de 2012, Paiva ordenou à assessoria de investimentos a aplicação de R$ 36 milhões no Banco BVA, “sem obedecer aos procedimentos legais da casa, que exigem análise e deliberação do Comitê de Investimento, composto por diretores e técnicos”. O investimento consta do balanço do BVA, que teve decretada a sua intervenção pelo Banco Central. A carta, à qual o Correio teve acesso, está datada de 12 de dezembro. Só em 31 de janeiro, entretanto, segundo os conselheiros, Eloá foi chamada ao Ministério. Denúncias » Perda de Sob intervenção do Banco Central desde outubro, o BVA está cada vez mais perto de ser liquidado, o que tornaria ainda mais difícil à Geap recuperar os R$ 36 milhões que investiu na instituição. Segundo fontes do mercado, o grupo Caoa, que tem R$ 600 milhões a receber, desistiu de fazer uma oferta pelo controle do banco. Sem outras propostas, o BC deve tomar uma decisão sobre o BVA, que tem um rombo de R$ 1,5 bilhão, até o próximo dia 18.
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