Segep conhece mapeamento de competências de universidade paraense

296

Visita técnica para conhecer projeto pioneiro incluiu representantes de quatro órgãos federais

Representantes de quatro órgãos federais, entre eles a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento (Segep/MP), realizaram visita técnica à Universidade Federal do Pará (UFPA), para conhecer em detalhes os resultados do projeto de Mapeamento de Competências, executado em primeira etapa na área administrativa da universidade paraense.

Mapear competências significa identificar as atribuições necessárias ao servidor para o desempenho da função. O projeto é uma iniciativa pioneira na administração pública federal. Iniciado em 2011, com recursos de fomento repassados pelo Ministério do Planejamento, hoje se constitui num instrumento de gestão adotado pela reitoria da UFPA.

Além dos técnicos da Segep/MP, participaram da visita representantes da Diretoria de Treinamento e Capacitação do Ministério dos Transportes (MT); do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit); e do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

DIAGNÓSTICO

Para o representante do Ministério do Planejamento e coordenador da visita técnica, Ethel Airton Capuano, “o mapeamento é o primeiro passo para a implementação de um modelo de gestão por competências nas organizações”.

De acordo com Capuano, que é coordenador-geral substituto de Políticas de Desenvolvimento de Pessoas, com as competências dos servidores mapeadas os órgãos terão um diagnóstico científico das necessidades de investimentos no desenvolvimento de pessoas. “Este é um elemento essencial para justificar os esforços de desenvolvimento institucional que o Poder Executivo Federal deverá empreender nos próximos anos”, diz.

O mapeamento realizado em Belém está em fase avançada de pesquisa. Os dados irão subsidiar o Plano Anual de Capacitação (Pac) da UFPA em 2013. Na primeira etapa – já concluída –, mais de mil servidores técnico-administrativos foram incluídos e, desse universo, 873 tiveram as suas competências mapeadas. As fragilidades relativas a desempenho que foram detectadas guiarão a capacitação e o desenvolvimento de pessoas na universidade paraense nos próximos anos.

A próxima fase será mapear a competência dos servidores lotados nos onze campi da instituição distribuídos no interior do Estado do Pará e avaliar os impactos das ações de desenvolvimento executadas. 

Segundo Capuano, o projeto da UFPA representa um modelo de sucesso e mostra que, mesmo com orçamentos reduzidos, pode-se realizar trabalhos importantes para melhoria da gestão. E como desdobramento, outras pesquisas na área de psicologia organizacional estão em andamento na pós-graduação naquela instituição de ensino, abordando aspectos da gestão por competências em conexão com pesquisas sobre clima organizacional e concursos públicos.

HISTÓRICO

O instituto da Gestão por Competências foi introduzido na Administração Pública Federal pelo Decreto nº 5.707/2006, que criou a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal (PNDP).

Na opinião de Ethel Capuano, com a experiência do projeto da UFPA, “é possível verificar que esse mecanismo tende a disponibilizar aos gestores públicos informações importantes que podem subsidiar o desenvolvimento de outras áreas correlatas, como a gestão de processos de trabalho e a gestão dos ambientes laborais”.

Capuano explica que a Gestão por Competências, quando aplicada corretamente e em larga escala nas organizações públicas traz efeitos positivos. “Acredito que possa contribuir decisivamente para a formulação e implementação do planejamento da força de trabalho, da gestão de desempenho, gestão de processos e, no futuro, para o aprimoramento dos modelos de concursos públicos”, considera o especialista do Ministério do Planejamento.