Dinheiro público pelo ralo: Trabalho sofre desfalque, de novo

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Também foram presos lobistas e dirigente de Licitações da Fiemg

A exclusão do IMDC do Cepim foi garantida por propinas, segundo a Polícia Federal. No cargo de subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração da Secretaria Executiva do Ministério do Trabalho na época das fraudes, Antônio Fernando Decnop Martins, que atualmente é coor-denador-geral de Recursos Logísticos da Diretoria de Administração e Gestão da Fundação Nacional do índio (Funai), é suspeito de ter recebido R$ 300 mil para viabilizar os negócios da entidade. Após o pagamento da propina, de acordo com a PF, o então ministro interino enviou o ofício solicitando a retirada do IMDC do cadastro do governo. Decnop teve a prisão preventiva decretada.

Anderson Brito Pereira é ex-coordenador-geral de Estudos do Ministério do Trabalho e voltou à pasta em julho deste ano, após ser exonerado em 2012. De acordo com a PF, ele utiliza seu cargo para beneficiar a entidade. Foi flagrado em escutas telefônicas tratando com o presidente do IMDC, Deivson Vidal, de convênios e licitações.

Outro com prisão decretada foi Geraldo Riesenbeck, que voltou ao ministério como coorde-nador-geral de Contratos e Convênios. Riesenbeck foi flagrado em grampos telefônicos tratando com Deivson de convênios que a entidade mantinha com prefeituras.

Segundo a PF, a fraude era feita a partir de licitações forjadas entre o IMDC e seus parceiros, em especial o Ministério do Trabalho e prefeituras. As sedes da Fiemg e da Idene, autarquia do governo de Minas, também foram alvos de busca e apreensão. O presidente da Comissão de Licitações da Fiemg, Nelson de Souza Dabés Filho, e o ex-diretor do Idene Walter Antonio Adão foram presos. O lobista Marcos Vinícius da Silva, ex-assessor do deputado federal Ademir Camilo (PSD-MG), teve prisão decretada, mas está foragido.