Fies precisa ser sustentável para continuar, diz ministro da Educação

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O ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou nesta segunda­feira que o governo estuda reformular Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), para torná­lo mais sustentável financeiramente, mas não pretende mudar o programa sem discuti­lo com a sociedade. Reafirmou, no entanto, que Fies e ProUni, que induziram grande parte da expansão no ensino superior nos últimos anos no Brasil, serão preservados. “O Fies, pretendemos reformulá­lo, garantindo sua saúde financeira e sustentabilidade. Porque, na prática, segundo dados divulgados pelo TCU, o que se estima é um rombo estratosférico, de abalar a República”, afirmou. “E não queremos apresentar uma mudança no Fies sem uma discussão, mas vamos enfatizar a sustentabilidade, para que ele não seja utilizado como mecanismo de potencialização eleitoral”, diz Mendonça, que não estabeleceu prazos para essas mudanças. Falando a uma plateia de empresários e economistas que compõem o conselho da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) sobre o tema “A Educação no Brasil”, Mendonça Filho disse também que o MEC está focado em concluir obras de expansão das universidades e instituições federais que estavam atrasadas desde o ano passado. Também participa do encontro o secretário da Educação de São Paulo, José Renato Nalini. O ministro voltou a defender suas principais bandeiras, como a escolha de Medida Provisória para reforma do ensino médio, “dado o ambiente político adverso”, e a importância do ensino integral para o desempenho exitoso de seu Estado natal, Pernambuco, em melhorar os resultados da educação na última década. Disse também que assumiu a Pasta em um quadro adverso, de momento político turbulento e contingenciamento de gastos em R$ 6 bilhões, revertido para R$ 4 bilhões durante sua gestão. Na semana passada, o Tribunal de Contas da União (TCU) anunciou uma investigação para apurar indícios de fraude no Fies. Entre as irregularidades identificadas pelos técnicos do tribunal, estão casos de estudantes que conseguiram acesso ao Fies mesmo tendo condições de pagar o curso universitário, e se aproveitaram para lucrar com os juros subsidiados (mais baixos) cobrados pelo governo.