Prévia da inflação oficial em outubro é a mais alta desde 2002

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Posto de gasolina no Rio: aumento do combustível contribuiu para a inflação – Gabriel de Paiva / O Globo

RIO – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, ficou em 0,66% em outubro, informou nesta quarta-feira o IBGE, bem acima da taxa de setembro, que foi de 0,39%, e do mesmo mês de 2014 (0,48%). O índice ficou um pouco abaixo da previsão dos analistas, que era de 0,68%.

Foi o índice mais elevado para um mês de outubro desde 2002, quando ficou em 0,90%. O acumulado no ano (8,49%) foi o mais alto para o período de janeiro a outubro desde 2003 (9,17%). Em 2014, o acumulado no mesmo período estava em 5,23%. Nos últimos 12 meses, a taxa acumulada ficou em 9,77%, a maior desde dezembro de 2003 (9,86%).

A meta de inflação do governo é de 4,5%, podendo chegar a 6,5%. Em 12 meses, portanto, o IPCA-15 está bem acima. Nesta quarta-feira o Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, anuncia sua decisão para a taxa básica de juros. A missão do BC é segurar o custo de vida dentro da meta, mas, diante da forte desaceleração da economia, a expectativa é que a Selic seja mantida em 14,25% ao ano.

As maiores influências do mês foram os três grupos que mais pesam no orçamento das famílias, informou o IBGE: Habitação, com alta de 1,15%, Transportes (0,80%) e Alimentação e Bebidas (0,62%). Juntos, foram responsáveis por 72,73% do resultado do IPCA-15 de outubro.

Individualmente, o maior impacto foi exercido pelo botijão de gás (1,15%). Os preços aumentaram 10,22% em outubro, depois de subirem 5,34% em setembro, acumulando 16,11% em dois meses.

O intituto afirma ainda que, nos Transportes (0,80%), a gasolina ficou 1,70% mais cara, como reflexo, nas bombas, parte do reajuste de 6% nas refinarias autorizado pela Petrobras, com vigência a partir de 30 de setembro. Além disso, o etanol subiu 4,83% nas bombas, contribuindo também para a alta da gasolina, já que faz parte de sua composição.

No grupo Alimentação e Bebidas (0,62%), os alimentos consumidos em casa subiram 0,39%, enquanto a alimentação fora do domicílio ficou 1,06% mais cara. Entre as altas, o frango inteiro (5,11%), a batata-inglesa (4,22%), arroz (2,15%) e o pão francês (1,14%), carnes (0,97%).

Entre as regiões metropolitanas, o maior índice foi o de Brasília (1,28%), influenciado pela alta de 26,67% no item ônibus urbano, cujas tarifas foram reajustadas em 33,34%, a partir de 20 de setembro. O menor foi o de Recife (0,24%). O Rio ficou em oitavo lugar na lista, com taxa de 0,5%.

A taxa do IPCA-15 é formada com base na coleta de preços situa-se entre os dias 15 do mês anterior e do mês de referência nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e no município de Goiânia. Para a taxa de setembro, a pesquisa foi realizada entre 14 de agosto a 14 de setembro