Resolvida incerteza fiscal, a demanda volta, diz Levy

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­ Resolvida a incerteza fiscal, a demanda volta, diz Levy O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu nesta segunda­-feira mais uma vez o ajuste fiscal como base para um realinhamento da economia brasileira. Segundo ele, quando a situação fiscal for resolvida e os agentes econômicos puderem agir livremente, a confiança será retomada e a demanda irá retornar.

De acordo com Levy, o realinhamento hoje “significa manter os vetos e o superávit compatível com a dívida, atacando os gastos e vendo o lado das receitas, como foi feito lá atrás com sucesso”.

“Quando se resolve a incerteza fiscal, a demanda volta”, disse Levy, em seminário sobre 20 anos da Lei de Concessão, promovido pela FGV, no Rio de Janeiro.

O ministro destacou que a situação brasileira atual não é “muito diferente” da vivida em 1999. “Naquela época, a economia passou por uma série de desafios, parou de crescer, e precisou passar por um realinhamento. O importante é que esse realinhamento passou por um ajuste fiscal”, disse. Naquele período, segundo o ministro, houve redução de despesas e de investimentos, mas também de custos. “Aquele ajuste se traduziu em um crescimento muito rápido. Em um país como o Brasil, quando se dá liberdade para os agentes econômicos atuarem como quiserem, e se resolve a incerteza fiscal, a demanda volta”. Levy lembrou que, após o “reequilíbrio” feito em 1999, a economia brasileira cresceu 4,5% em 2000. “A única coisa não tão feliz foi que, após o crescimento, começamos a enfrentar um problema da oferta, que tem relação com infraestrutura”.

Financiamento privado

Levy defendeu o aumento ao financiamento privado, para acelerar investimentos em infraestrutura no Brasil e alcançar o crescimento do país. “O próximo passo é aumentar o financiamento privado, esse é o próximo desafio de crescimento do Brasil”, afirmou. O ministro defendeu a participação de outros mecanismos de financiamento, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “O BNDES vai continuar a ter um papel importante mas, para acelerar os investimentos em infraestrutura, vamos ter que contar com outros mecanismos. Por isso trabalhamos com formas que facilitem debêntures pelo setor privado”. Segundo ele, a busca por novas formas de financiamento não é um desafio só do Brasil, mas “está no coração do G20”, disse, referindo­-se ao grupo das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia.