Presidente do FNDE deixa cargo após divergir sobre distribuição de recursos do fundo

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Autor(es): Jailton de Carvalho

José Freitas administrava no Ministério da Educação orçamento de R$ 50 bi O presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), José Carlos Freitas, deixou o cargo na última sexta-feira. Freitas pediu demissão depois de enfrentar divergências internas sobre políticas de distribuição de recursos do fundo. A vaga deixada por ele está sendo ocupada em caráter interino pelo diretor de Ações Educacionais, Rafael Torino. A exoneração foi publicada no “Diário Oficial” de ontem. Freitas estava no cargo desde setembro de 2011. Ele era um dos remanescentes da equipe do ex-ministro Fernando Haddad que ainda permaneciam em cargos estratégicos do Ministério da Educação. À frente do FNDE, Freitas administrava um orçamento de mais de R$ 50 bilhões anuais. O FNDE movimenta os recursos da alimentação escolar, livro didático e outros programas financiados pelo Ministério da Educação. – Ele (Freitas) pediu exoneração e tirou férias. Desconheço que tenha entrado em choque com alguém. Mas também não foram problemas de saúde – disse uma amiga do ex-presidente. Em nota, o FNDE informa que Freitas deixou a presidência da instituição para cuidar de problemas pessoais. Não explica, no entanto, quais seriam esses problemas. O Ministério da Educação nega que o ex-presidente tenha tido qualquer problema relacionado ao repasse de verbas. Segundo um dos auxiliares do ministro Aloizio Mercadante, as verbas do FNDE são vinculadas e não haveria motivos para desentendimentos entre os dois. O assessor argumenta ainda que outros integrantes da equipe de Haddad permanecem no ministério sem problema algum. Sustenta ainda que Mercadante tem privilegiado a presença de técnicos em instâncias encarregadas de decisões importantes. Freitas é técnico do FNDE e está na instituição há 23 anos. Funcionários do FNDE ligados ao ex-presidente reclamam de supostas ingerências políticas no órgão. Segundo um deles, ultimamente o fundo estaria afrouxando os mecanismos de controle e distribuição de verbas em virtude de interesses políticos. Procurado pelo GLOBO no início da noite de ontem, Freitas não atendeu as ligações. A partir do FNDE, o governo federal repassa recursos a prefeituras e estados para o Programa Nacional de Alimentação Escolar, ao Programa Nacional do Livro Didático, ao Programa Brasil Alfabetizado, ao Programa Nacional do Livro Didático e ao Programa Dinheiro na Escola, entre outros projetos do ministério.