Ressaca pós-Copa e eleições fazem PIB de 1% ficar cada vez mais próximo

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A economia começou o segundo semestre do ano em marcha lenta. Em meio à piora geral da indústria e do varejo, dois dos principais motores do crescimento econômico, o Produto Interno Bruto (PIB) continua a dar sinais cada vez mais claros de estagnação. A sensação geral que atinge empresários e famílias é de que os resultados já ruins deverão piorar nos próximos meses. Não por acaso, as apostas do mercado financeiro para o desempenho do PIB caíram pela sexta semana consecutiva, para uma alta de apenas 1,07%. São projeções que, embora mais fracas, ainda são consideradas otimistas por diversos especialistas.

“Hoje, um crescimento de 1% do PIB está mais para o teto das projeções do que para um resultado que efetivamente possa ser alcançado em 2014”, disse a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif. “No início do ano, nós prevíamos um avanço do PIB de no, máximo, 1,5%, mas essa projeção teve de ser revisada para baixo, diante do contexto mais complicado que a economia brasileira tem enfrentado recentemente”, assinalou.

O que tem derrubado as estimativas para o PIB, observou o economista José Luis Oreiro, é o mau desempenho da indústria. “A produção está estagnada há três anos. Mas o pior é que, não há hoje, sinais de mudança desse quadro num futuro próximo”, afirmou ele, que é professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nos cinco primeiros meses do ano, a produção nas fábricas operou em campo positivo apenas em janeiro, contabilizando, no período todo, contração de 1,6%.