
Múltiplos serviços prestados
A trajetória profissional de Luiz Otávio Tavares Pereira foi de alta diversificação e compromisso com a melhoria da gestão pública.
“O orçamenteiro é como um jornalista. A gente vai futricando as coisas para ver o que a se pode apurar para fazer a melhor gestão dos recursos públicos. Sempre busquei trabalhar dessa forma e fui muito feliz na minha escolha profissional”.
Estas orgulhosas palavras provêm de Luiz Otávio Tavares Pereira, Analista de Planejamento e Orçamento hoje aposentado. Ele marcou a história da carreira por sua integração diversificada à atividade de orçamentação. Esteve em praticamente todas as equipes de orçamento do governo federal ao longo de suas décadas de serviço. E em todas estas inserções profissionais, se manteve sempre junto da Assecor na defesa dos interesses coletivos da carreira.
“Eu briguei muito pela carreira em todas as greves, sempre com a Assecor e levando uma mensagem de união. Juntos somos mais fortes”, diz Luiz Otávio, que explicou sua analogia com o jornalismo com sua trajetória multi-institucional e a busca constante por potencial de melhora no uso dos recursos da União.
Formado em Ciências Econômicas em 1984, Luiz Otávio já lidava com orçamento no início de sua carreira, até que abriu uma vaga na Secretaria de Orçamento Federal a ser preenchida pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). “Aí eu fui para lá. Eu tinha feito cursos sobre controle, orçamento, gestão, e por isso comecei a crescer na SOF”, diz. A entrada de Luiz Otávio na SOF aconteceu antes do início da carreira de Planejamento e Orçamento. Portanto, quando deu-se a criação em 1987, ele participou da transposição que formou a primeira leva de servidores da carreira.
“Era uma época de muita mudança, cada governo criava uma regra. Viver isso por dentro foi interessante. Um dia assinei um cheque para abastecer o carro e o frentista perguntou se eu estava maluco. Eu tinha assinado um cheque de mais de um bilhão de cruzeiros”, recorda ele às risadas. “Acontece que eu trabalhava com tantos números tão diferentes todo dia, que isso acabava entrando na vida cotidiana”.
Aqueles conturbados anos da Redemocratização o levaram a trabalhar em todos os segmentos da SOF. Por exemplo, “trabalhei com orçamentos do Poder Judiciário, do Ministério da Fazenda, Ministério da Indústria e Comércio, fiz um pouco de tudo”. Até que, em 2010, Luiz Otávio saiu da SOF para trabalhar na Esplanada.
“Nossa carreira tem mobilidade horizontal, além da mobilidade vertical. Assim, quando fui trabalhar nos ministérios, minha experiência se diversificou bastante. Trabalhei com orçamento nas pastas da Cultura, Justiça, Agricultura, Indústria e Comércio, Turismo, e finalmente concluí meus anos de serviço no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN”, conta ele.
“Duas paixões que eu formei no serviço público foram as áreas de agricultura e transporte. Mas no geral as experiências foram todas muito positivas e fechei minha carreira em paz com todo mundo. Me considero em paz com todo mundo”. Um feito, sem dúvida, para alguém que conseguiu conceituar sua vida profissional aliando duas atividades em geral incômodas para os demais, o orçamento e sua natural restrição, e o jornalista e sua natural curiosidade.