Previsão de aumento da arrecadação federal cai à metade

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Crescimento seria de 5%, mas agora aposta é de que ficará em 2,5%

SÃO PAULO As previsões de uma expansão menor da economia brasileira e as desonerações fiscais realizadas pelo governo para estimular o consumo devem se refletir em crescimento menor na arrecadação de impostos em 2012. Nas palavras do secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Teixeira, os efeitos da desaceleração da atividade econômica e das benesses fiscais devem reduzir a projeção de alta de 5% (feitas no início do ano) para 2,5% em termos reais. No começo do ano, a estimativa do governo para o Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos) era de crescimento de 4%. Hoje, já é consenso que não deve superar 1,6%.

– Essa previsão até o final do ano (de 5%) deve se reduzir à metade. Quando colocamos esse nível de crescimento em relação ao ano anterior, estávamos ainda considerando outros indicadores que serviram de balizamento para essas estimativas. Com a mudança dos indicadores macroeconômicos, nossa previsão é que haja uma redução à metade dessa previsão, chegando a 2,5% – disse Teixeira.

Depois de registrar uma queda de 12,26% de julho para agosto na arrecadação federal – de R$ 87,94 bilhões para R$ 77,07 bilhões -, Teixeira salientou que os dados da Receita mostram que já em setembro poderá haver uma ligeira recuperação da arrecadação na comparação com o mês anterior, mas ele não arriscou de quanto será essa melhora.

– Não tenho este número (de setembro em relação a agosto) até o momento – disse ele, logo depois de participar de seminário em São Paulo.

Teixeira lembrou, no entanto, que na comparação entre outubro e setembro, a arrecadação mostrará crescimento, por conta da retomada da atividade econômica no segundo semestre do ano e do menor impacto das desonerações fiscais, sobretudo do IPI menor para o setor automotivo.