“Dinheiro não cai do céu”, diz secretário sobre reajuste do Judiciário

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O governo não tem dinheiro para aumentar o salário dos servidores do Judiciário, de acordo com o secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Sérgio Mendonça. “Dinheiro não cai do céu”, disse ele hoje (20), após nova rodada de negociação com os servidores do Executivo.

Até amanhã (21), a presidenta Dilma Rousseff decide se veta ou sanciona o projeto de lei que reajusta o salário dos servidores do Judiciário de 53% a 78,56%, dependendo da classe e do padrão do servidor. O projeto de lei da Câmara foi aprovado pelo Congresso Nacional no final de junho.

“Claro que ninguém tem o poder de falar pela presidenta, muito menos eu”, disse. Segundo o secretário, o cenário de uma derrubada do veto pelo Congresso Nacional não é comum. “[Mas se isso ocorrer], vai ter que haver ainda uma discussão sobre onde está o dinheiro e como encaixar esse dinheiro no Orçamento. Não tem mágica”, acrescentou.

Os servidores estão em greve há 41 dias, em todo o país. Para amanhã, está agendado um ato em Brasília, na Praça dos Três Poderes, entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.

“Vamos continuar trabalhando e acreditando na sanção até o último momento”, disse o coordenador-geral da Federação Nacional dos Trabalhdores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe), Adilson Rodrigues Santos. A categoria não recebe reajustes há nove anos, segundo ele. “Insistimos na negociação. Dinheiro tem, o problema é a prioridade política do governo”, acrescentou.

No caso de veto, a Fenajufe já percorreu o Congresso Nacional em busca de apoio para a derrubada do veto. Segundo Santos, mais de 340 deputados e 55 senadores deverão votar a favor da derrubada.