Salário mínimo subirá para R$ 722,90

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Autor(es): Lu Aiko Otta

O governo definiu ontem que o salário mínimo do ano que vem será deR$722,90, confirmando o menor reajuste do piso salarial desde a chegada do Partido dos Trabalhadores ao Palácio do Planalto, em2003. O aumento segue uma fórmula definida em 2011 pelo governo e que está em vigor até 2015: para calcular a remuneração, os técnicos levam em conta o crescimento do ano passado e acrescentam o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

O menor crescimento do salário mínimo, portanto, está diretamente relacionado ao desempenho pífio da economia em 2011, quando o Produto Interno Bruto (PIB) se expandiu apenas 0,9%. Na ocasião, críticos batizaram o número de “Pibinho”.

A ideia por trás da fórmula de cálculo é manter o poder de compra do trabalhador, sem pressionar a inflação com aumentos além do crescimento da economia. Segundo a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o novo valor do mínimo vai incorporar a regra de valorização do piso salarial nacional, “que é uma política importante de alavancagem da renda das famílias no Brasil e que tem nos levado a patamares de qualidade de vida muito superiores”.

A previsão de salário mínimo na proposta do Executivo para a lei orçamentária do ano que vem aumentou em relação ao que já tinha sido apontado pelo próprio governo. O valor anteriormente indicado na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) era de R$ 719,48.

O reajuste vai custar aos cofres públicos cerca de R$ 29,2 bilhões,de acordo com o governo. Questionada sobre a previsão de realização de concursos públicos, Miriam afirmou que, em relação ao Executivo, uma parte do que entrou no contingenciamento deste ano será contratada em 2014.

Inflação. O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, calculou que os R$ 722,90 devem trazer um impacto de 0,25 ponto porcentual na inflação de 2014, medida pelo IPCA, considerando que a participação do item Empregado Doméstico no índice é de 3,844%. “A diferença em relação ao que estimávamos, de R$ 724,45, é pequena, não tem muita mudança.”/ Colaborou Denise Abarca