Rombo das contas do governo cresce e registra recorde histórico

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O rombo das contas da administração da presidente Dilma Rousseff não para de crescer. Em outubro, o resultado primário do governo central ficou negativo em R$ 12 bilhões, o maior da série histórica, iniciada em 1997. A receita líquida total encolheu 13,9% no ano passado em relação ao mesmo intervalo de 2014, somando R$ 16,5 bilhões. Enquanto isso, as despesas cresceram quase 3% no mesmo período para R$ 99,1 bilhões.

No acumulado em 10 meses, o rombo do governo central deu um salto de quase 170% e chegou a R$ 33 bilhões, outro recorde histórico, superando o deficit de R$ 32,5 bilhões registrado por todo o setor público em 2014. No mesmo período do ano passado, o saldo ficou negativo em R$ 11,6 bilhões.

O governo central reúne as contas do Tesouro Nacional, da Previdência Social e Banco Central. Somente o rombo da Previdência chegou a R$ 74 bilhões no acumulado de janeiro a outubro, um aumento de 523% sobre o deficit de R$ 50,5 bilhões de 2014. Nesse mesmo período, o BC foi deficitário em R$ 545 milhões e o Tesouro foi superavitário em R$ 43,3 bilhões. 

Esse deficit histórico do governo central corrobora com o que os analistas já previam: que o governo não conseguirá cumprir a meta fiscal de superavit primário de R$ 66,3 bilhões, ou 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015. No acumulado em 12 meses, o deficit corrigido pela inflação está em 0,68% do PIB, ou seja, em R$ 39,1 bilhões. Por isso, o governo tenta novamente mudar a LDO e aprovar um projeto com previsão de um déficit de R$ 119,9 bilhões para que Dilma não cometa crime de responsabilidade fiscal, o que daria munição aos processos de impeachment.