Apesar da aprovação de MP do ajuste fiscal, dólar sobe a R$ 3,176

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SÃO PAULO – Apesar da aprovação de parte do ajuste fiscal, o dólar comercial opera pressionado nesta quarta-feira. A moeda americana, às 12h49, era negociada a R$ 3,174 na compra e a R$ 3,176 na venda, alta de 0,82% ante o real, maior patamar em quase dois meses. Já na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o índice de referência Ibovespa está praticamente estável, com leve queda de 0,13%, aos 53.559 pontos.

Na terça-feira à noite, o Senado Federal aprovou a medida provisória 665, que trata das regras para o acesso ao seguro-desemprego, sem alterações no texto que já tinha passado pela Câmara dos Deputados. Agora, a MP segue para sanção presidencial. Havia um temor em relação à votação desse tema, já que a MP perderia os efeitos em 1º de junho.

Apesar da vitória do governo, o analista da Correparti Corretora de Câmbio, Luciano Copi, lembrou que a volatilidade deverá marcar os negócios nessa semana, uma vez que os agentes do mercado financeiro continuam atentos a possíveis desentendimentos entre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa . “No exterior, a divisa mudou sua trajetória e passa a ganhar das moedas fortes e emergentes. Entretanto, vale ressaltar que o mercado doméstico é influenciado, praticamente de forma exclusiva, pelo cenário político e econômico nacional, que permanece conturbado”, afirmou em relatório a clientes.

O “dollar index”, que mede o comportamento do dólar ante uma cesta de dez moedas, está praticamente estável, com uma variação positiva de 0,18%.

BANCOS E PETROBRAS OPERAM EM ALTA

A Bolsa só não opera em queda devido ao desempenho das ações da Petrobras e de bancos. Já as ações da JBS caem forte após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de negar o pedido do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para manter em sigilo as informações dos contratos com o frigorífico.

As ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras operam em alta de 0,88%, cotadas a R$ 12,50, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) têm valorização 1,19%, a R$ 13,52. No caso dos bancos, o Itaú Unibanco sobe 0,45% e as do Bradesco avançam 1,30%. No caso do Banco do Brasil, as ações sobem 0,38%.

Já no caso da JBS, as ações registram recuo de 2,02%. As ações da Vale também operam em queda, com recuos de 1,31% (PNs) e 0,91% (ONs).

Na avaliação de Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença Corretora, a agenda fraca de indicadores no Brasil e no exterior faz com que o índice não tenha muita força para subir ou cair.

— A Petrobras sobe hoje apesar da queda do preço do petróleo no mercado internacional. Essa alta está atrelada a um relatório do Credit Suisse, que avalia que deve ocorrer um aumento no preço dos combustíveis no terceiro trimestre — disse.

A Bovespa opera na contramão do mercado externo. Nos Estados Unidos, o Dow Jones tem alta de 0,66% e o índice S&P 500 sobe 0,61%. Mesmo movimento ocorre nos índices europeus. O DAX, da Frankfurt, sobe 1,27%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, avança 2,01%. No caso do FTSE 100, de Londres, a alta é de 1,24%.