Orçamento de 2015 sofrerá cortes como os feitos no deste ano

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A proposta orçamentária para 2015, que precisa ser enviada ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto, será enxuta e com redução nas despesas, preservando apenas áreas prioritárias, como o orçamento da saúde e da educação, por determinação da presidente Dilma Rousseff, segundo informaram integrantes da equipe econômica.

Com arrecadação fraca e a atividade econômica estagnada, o mais provável é que o orçamento do ano que vem seja parecido com o de 2014, onde o governo fez um corte de R$ 44 bilhões.

— É só pegar o orçamento deste ano e verificar onde foram feitos os cortes — disse uma fonte, para reforçar a semelhança com o orçamento deste ano.

O projeto de orçamento dos investimentos das estatais para 2015 também está recebendo ajustes. Há ainda uma orientação do governo às estatais para segurarem os gastos com pessoal já neste ano, prevendo a necessidade de apertar o cinto devido à queda generalizada da arrecadação. No caso de empresas que têm campanha salarial no segundo semestre, a ordem é adotar uma política de austeridade, vetando reajustes acima da inflação, disse uma fonte diretamente envolvida no assunto.

A avaliação de que o quadro fiscal em 2015 será difícil e que o próximo governo não terá condições de fazer um superávit primário muito maior do que a economia dos últimos anos, pois isso ajudaria a derrubar ainda mais a economia, é compartilhada pela oposição. O economista Armínio Fraga, principal assessor econômico do candidato à Presidência do PSDB, Aécio Neves, já defende que o ajuste na política fiscal brasileira seja feito num prazo de dois anos e não de uma só vez.

Até o fim do ano, o governo ainda terá que lidar com as dificuldades no Congresso para aprovar a LDO e o Orçamento de 2015. Nem mesmo o parecer preliminar foi votado na Comissão Mista de Orçamento. Sem a LDO aprovada, o governo terá que usar como base os parâmetros fixados por ele na proposta encaminhada ao Congresso e a avaliação do terceiro bimestre, principalmente a receita obtida neste período para calcular a arrecadação do ano seguinte.