Conexões na internet

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Autor(es): LEANDRO KLEBER

As conexões de Henrique Pizzolato com o sobrinho Fernando Grando, dono do apartamento em Maranello, na Itália, onde o ex-banqueiro foi preso pela polícia local na última quarta-feira, eram evidentes nas redes sociais. Grando, que trabalha na Ferrari, tem o perfil no Facebook aberto a desconhecidos e é amigo na rede social da mulher de Pizzolato, Andréa Haas. Uma pesquisa na página do sobrinho mostra a relação dos dois na internet e poderia servir como pista para a Polícia Federal chegar até o foragido da Justiça. Vizinhos do apartamento disseram à imprensa que já viam Pizzolato circulando pelo local há três meses. Mas também há versões de que ele estaria no apartamento havia menos de 10 dias.

O perfil da mulher de Pizzolato na rede social, reservado somente para conhecidos, é usado, principalmente, para criticar o julgamento feito pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. A foto principal da página dela é “STF errou”.

Agentes da Polícia Federal explicaram ao Correio que, normalmente, durante as operações, uma equipe fica responsável por levantar dados públicos relativos aos investigados em sites de busca e redes sociais. São informações úteis, fáceis e disponíveis que o analista da instituição tem de considerar, avaliam os policiais. Eles ressaltam, porém, que o momento exato para efetuar uma prisão depende do trabalho da inteligência da instituição, que considera uma série de fatores, principalmente no exterior, onde a atuação da PF é limitada.

O coordenador-geral de cooperação internacional da PF, Luiz Cravo Dórea, disse, em entrevista coletiva realizada anteontem, que não havia registro de entrada de Henrique Pizzolato “em nenhum lugar do mundo”. “Faltava essa peça para fechar o quebra-cabeça”, explicou o delegado. Os italianos comunicaram ao Brasil, em 2013, que Celso Pizzolato (identidade do irmão usado por Henrique Pizzolato para despistar a polícia) solicitou o título de cidadão residente naquele país. A PF, então, começou a buscar informações sobre Celso e descobriu que ele havia morrido. Pouco tempo depois, os agentes cruzaram os dados para chegar ao fugitivo.

A reportagem entrou em contato com a PF para saber se os policiais tinham conhecimento a respeito do perfil do sobrinho no Facebook e as relações familiares dele com a mulher de Pizzolato. Até o fechamento desta edição, a assessoria de comunicação do órgão não informou se sabia do perfil do sobrinho e se o fato de ele morar na Itália não poderia facilitar a investigação