Uma federação pode fortalecer a carreira e o Estado

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A história ensina que a união faz a força. São fartos registros, em muitas diferentes situações, a mostrar que quando um grupo de seres humanos se une (seja em torno de seu país, de sua cidade ou de sua classe) alcançam-se objetivos maiores e mais interessantes.

Não será diferente com a nossa categoria. Analistas de planejamento e orçamento são (ou melhor somos) uma carreira recente. É, portanto, natural que ainda estejamos nos conhecendo, formando nossa identidade profissional e pública. No governo federal, adquirimos o nome e o formato institucional de APO, que de fato não é replicado em todas as outras instâncias de poder executivo no país, mas em muitas sim. Mas mesmo quando não há APOs em estados e municípios, há especialistas em política pública, ou outro nome e formato que se harmoniza com nossa função.

Porque se algo nos define é nossa função, nossa especificidade funcional. Não é à toa que no linguajar do povo, somos conhecidos como “funcionários públicos”.

Essa visão de que há entre muitos servidores públicos, de todo o Brasil, uma unidade funcional que nos conecta à atividade pública de planejamento e orçamento é uma ferramenta poderosa. Ativar essa ferramenta pode nos abrir oportunidades relevantes. Tanto no sentido de negociações salariais e proteção da carreira junto aos legisladores como, também, no próprio exercício da função pública de planejamento pelo Estado.

Um exemplo concreto das vantagens de uma federação destes profissionais seria abrir a possibilidade de sindicalização para aqueles servidores de estados e municípios que não dispõem de estrutura sindical local. Eles poderiam acessar a federação e conseguir uma representatividade independente de haver uma representação local.

A união de APOs e outros especialistas em planejamento e orçamento espalhados pelo Estado brasileiro, em todos os seus níveis, tem a capacidade de elevar e recuperar a importância do Estado planejador. Conforme a nossa categoria profissional cresça e apareça para a sociedade, aumenta a consciência pública sobre a função de planejamento e orçamentação de políticas públicas.

Esta é a interpretação de fundo que nos leva a defender a união dos servidores APO e ligados à atividade de Planejamento e Orçamento (tenham eles ou não o título de APO) através dos três níveis federativos. Já há sindicatos e/ou associações de servidores ligados à mesma atividade que nós em estados e municípios. Uma federação destas entidades, tendo a Assecor como uma participante ativa desde o início, seria um passo adiante na concretização dessa visão.

O Estado brasileiro é quem teria mais a ganhar com isso, pois a estruturação coletiva de planejadores públicos em uma entidade nos levaria a trocar informação e conhecimento, a nos apoiar mutuamente em nossa atividade e à formação de uma rede ativa que pode ser a base do planejamento nacional futuro. Acreditamos que é um esforço que vale a pena.