Arrecadação tem queda real em 2016 e pior resultado desde 2010

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27/01/2017 às 11h01

Arrecadação tem queda real em 2016 e pior resultado desde 2010

A Receita Federal registrou uma arrecadação tributária total de R$ 1,289 trilhão em 2016, o que em termos reais representa queda de 2,97% na comparação com o resultado do fechamento de 2015. É o pior resultado de recolhimento desde 2010, considerando a inflação.

Sem descontar a inflação, o recolhimento de tributos em 2016 teve alta de 5,6% na comparação com 2015 – quando a arrecadação somou R$ 1,221 trilhão, em valores sem atualização monetária.

As desonerações tiraram R$ 90,676 bilhões da arrecadação de tributos federais em 2016.

Somente em dezembro de 2016, a arrecadação registrada foi de R$ 127,607 bilhões, uma queda de 1,19% na comparação com o mesmo mês de 2015. Sem a correção monetária, foi registrada alta de 5,02%. Para meses de dezembro este é o pior resultado desde 2009, quando foram arrecadados R$ 120,174 bilhões em valores corrigidos pela inflação.

Considerando somente as receitas administradas pela Receita, houve recuo de 2,38% em termos reais em 2016, ante 2015, para R$ 1,265 trilhão. Em termos nominais, a variação foi positiva em 6,23%. Somente em dezembro, essas receitas somaram R$ 125,793 bilhão. Esse valor representa uma queda real de 0,92% em relação ao mesmo mês de 2015.

Já a receita própria de outros órgãos federais foi de R$ 24,406 bilhões em 2016, queda em termos reais de 26,16% na comparação com 2015. Em termos nominais, as receitas próprias de outros órgãos caíram 19,47% em 2016, em relação a 2015. No mês de dezembro, essa arrecadação foi de R$ 1,814 bilhão, baixa real de 16,61% na comparação com o mesmo mês de 2015 e queda de 11,37% em termos nominais.

Variações

Em termos reais, a arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI Total) caiu 16,21% em 2016, enquanto o recolhimento de IPI sobre automóveis baixou 34,61%.

Na mesma comparação, a arrecadação de Imposto de Importação caiu 25,89% no ano, e a do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) diminuiu 10,67%.

Por outro lado, o recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) subiu 13,19% perante 2015, descontada a inflação, e o da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) cresceu 1,41%.

(Eduardo Campos e Cristiane Bonfanti | Valor)