Economia deve recuar 3,4% em 2016 e crescer apenas 0,8% em 2017, vê BC

215

O Banco Central (BC) revisou a estimativa para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 de queda de 3,3% para recuo de 3,4%, informa o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) da autoridade monetária. A revisão para a situação da economia em 2017 foi mais significativa, de avanço de 1,3% para 0,8%. As estimativas da autoridade monetária são um pouco mais otimistas que as do mercado. No último relatório Focus, a projeção para o resultado do PIB de 2016 era de queda de 3,48% em 2016 e crescimento de 0,58% em 2017. Nas projeções para este ano, as principais revisões ocorreram no PIB da agropecuária, que passou de queda de 2,2% para recuo de 5,9%, por causa da queda da safra de grãos e o resultado mais fraco do setor no terceiro trimestre. Pelo lado da demanda, o BC ressalta a piora na projeção da formação bruta de capital fixo (medida de investimentos), que saiu de queda de 8,7% para recuo de 10,1%. O setor de serviços deve cair menos (­2,7% para ­2,5%), assim como as atividades de administração, saúde e educação pública (­0,9% para ­0,1%), e intermediação financeira (­2,9% para ­2,5%). O PIB da indústria foi revisado de queda de 3,3% para recuo de 3,5%, refletindo a piora nos componentes da construção civil (de ­3,6% para ­4,5%), e produção e distribuição de eletricidade, água e gás (de 5,8% para 4,5%). Houve, contudo, melhora relativa nas projeções para a indústria de transformação (de ­5% para ­4,8%) e para a indústria extrativa (de ­4,6% para ­3,1%). No lado da demanda, a estimativa do consumo das famílias foi revista de queda de 4,4% para recuo de 4,2%, “em linha com a retração menos intensa que a esperada no terceiro trimestre”, diz o BC. Em relação ao componente externo da demanda agregada, o crescimento anual das exportações foi revisto de alta de 4,7% para 3,1%, e as importações, de decréscimo de 10,2% para recuo de 10,5%.