IBGE: Grupo dos 10% mais ricos detém 40,5% de todo rendimento do país

291

A concentração de renda entre os 10% mais ricos está diminuindo ao longo da última década, mas esse seleto grupo de brasileiros detém 40,5% de todos os rendimentos do país, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2005, essa proporção chegava a 45,3%, segundo números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). O Centro­Oeste é a região com maior concentração de renda, 41,4% dos recursos estão nas mãos daqueles 10% mais ricos. No Sudeste, esse percentual era de 39,9% e no Sul caía para 37%. No Nordeste, segundo o IBGE, essa fatia era de 40,2% e no Norte, 38,7%. O grupo dos 40% da população com os menores rendimentos cresceu para 13,6%, no ano passado. Uma década antes, essa fatia era de 11%. A desigualdade caiu também analisando sob a ótica do Índice de Palma, que compara a evolução do décimo superior com o conjunto dos quatro décimos inferiores. Em dez anos, o indicador passou de 4,1, em 2005, para 3,0 em 2015. Distribuição dos rendimentos A desigualdade de renda entre brancos e negros diminuiu na última década, mas a distribuição de rendimentos ainda é desproporcional e tem cor ­ 79,5% dos brasileiros mais ricos são brancos, revelou a Síntese de Indicadores Sociais, que analisou as condições de vida da população brasileira em 2015. Por outro lado, apenas 18,2% daqueles integrantes do grupo formado pelo 1% da população com maiores rendimentos mensais domiciliares per capita eram negros e pardos. Entre os 10% mais pobres, 76% são negros e 22,6%, brancos. “Observando a desigualdade de renda que, apesar de arrefecimento nos últimos anos, a população permanece segmentada por cor”, destacou o IBGE. Em 2005, 73,9% dos 10% mais pobres eram negros e 25,7%, brancos. No topo da pirâmide dos rendimentos, entre os 1% mais ricos na década passada, 86,2% eram brancos e apenas 10,9%, pretos ou pardos. Os negros e pardos também sofrem com a maior informalidade no mercado de trabalho, segundo dados da Pnad. Em 2015, 48,3% da população negra estava em trabalhos informais. Entre os brancos essa fatia é bem menor, 34,2% desse grupo estava na informalidade. Em 2005, a informalidade entre os negros era ainda maior. Há dez anos, 61,7% dos pretos ou pardos não tinham vínculo empregatício formal. A proporção superava a média brasileira, que tinha naquele período 53,8% dos ocupados na informalidade, de acordo com a Pnad. Os brancos, desde 2005, sempre tiveram mais da metade da população na formalidade ­ a parcela saiu de 53,6% naquele ano para 65,8%, em 2015.