Petrobras reduz em 24,5% previsão de investimentos até 2019

341

A Petrobras anunciou uma revisão de seu Plano de Negócios e Gestão (PNG) para o período 2015­2019, reduzindo em 24,5% os investimentos inicialmente projetados, de US$ 130,3 bilhões para US$ 98,4 bilhões. Segundo a companhia, o ajuste é decorrente da otimização do portfólio de projetos, com uma redução de US$ 21,2 bilhões, e do efeito cambial, que teve impacto negativo de US$ 10,7 bilhões. “Estes ajustes visam a preservar os objetivos fundamentais de desalavancagem e geração de valor para os acionistas, estabelecidos no PNG 2015­2019, à luz dos novos patamares de preço do petróleo e taxa de câmbio”, afirmou a companhia, em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Para 2015, a projeção de investimentos foi reduzida em 8% na comparação com a revisão do plano anunciado em outubro, de US$ 25 bilhões para US$ 23 bilhões. Já a estimativa de investimentos para 2016 foi elevada em 5,2%, de US$ 19 bilhões para US$ 20 bilhões. Nos cinco anos compreendidos no plano de negócios, a estatal também detalhou a carteira de investimentos, estimando aportes de US$ 80 bilhões para a divisão de exploração e produção ( incluindo US$ 4,9 bilhões de investimentos no exterior), o que representa 81% do total. A companhia destacou que a divisão foi mantida como prioridade, com ênfase no pré­sal. Os outros 19% estão divididos em US$ 10,9 bilhões para abastecimento — incluindo a BR Distribuidora —, US$ 5,4 bilhões para gás e energia e US$ 2,1 bilhões nas demais áreas. Com relação aos desinvestimentos, a Petrobras manteve a projeção de venda de ativos para 2015­2016 em US$ 15,1 bilhões. No ano passado, o montante atingido foi de US$ 700 milhões, em linha com o anunciado em outubro. A Petrobras também divulgou o preço médio do Brent praticado no ano passado, de US$ 52 por barril, abaixo da projeção de US$ 54 por barril anunciada em outubro. Para 2016, a estimativa do preço médio do barril do Brent saiu de US$ 55 para US$ 45, recuo de 18,1%. Com relação à taxa de câmbio, a estatal anunciou que o dólar médio realizado em 2015 ficou em R$ 3,33. Neste ano, a projeção de taxa de câmbio média é de R$ 4,06. A Petrobras manteve, para 2015, a previsão de gastos operacionais gerenciáveis, que equivalem aos custos e despesas totais sem a aquisição de matérias­primas, em US$ 29 bilhões. A programação para 2016 ainda está sendo revista, devido ao detalhamento do orçamento anual, em curso. Os gastos gerenciáveis foram revisados pela empresa pela última vez em outubro do ano passado, quando a projeção para 2016 era de US$ 21 bilhões. Produção Em seu novo Plano de Negócios e Gestão de longo prazo, a Petrobras passou a estimar uma produção média de petróleo no Brasil de 2,145 milhões de barris por dia (bpd) em 2016, uma queda de 1,83% em relação à estimativa anterior, de 2,185 milhões. Para 2020, a companhia reduziu a projeção em 3,6%, de 2,8 milhões de barris diários para 2,7 milhões.Em 2015, a produção média de petróleo no Brasil realizada foi de 2,128 milhões de barris por dia, volume 0,15% superior à meta de 2,125 milhões de barris diários e 4,6% maior do que a produção de 2014. O resultado equivale a um novo recorde anual histórico de produção da Petrobras, que havia sido alcançado anteriormente em 2014. A petrolífera destacou, no aviso ao mercado, que está trabalhando para adaptar o mais rápido possível o seu plano de negócios e que está sujeita a diversos fatores de risco que podem refletir sobre as projeções indicadas. Entre esses fatores, estão as mudanças de variáveis de mercado, como preço do petróleo e da taxa de câmbio, as operações de desinvestimentos e outras reestruturações de negócios, sujeitas às condições de mercado, e o alcance de metas de produção de petróleo e gás natural, “em um cenário de dificuldades com fornecedores do Brasil”.