Orçamento deficitário para 2016 é ‘mais realista’ , avalia Renan

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O presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB­AL) avaliou como uma “mudança de atitude” e “fim da ficção” a proposta de orçamento do governo, entregue hoje ao Legislativo, que prevê que as contas públicas fecharão com um déficit de R$ 30,5 bilhões em 2016, aproximadamente 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

Ele se mostrou cuidadoso quanto à possibilidade de deputados e senadores avalizarem novos aumentos de impostos, mas cobrou mobilização do Congresso para “encontrar saídas para a crise econômica do país”.

“Esse orçamento deficitário significa uma mudança de atitude. Pelo menos é um orçamento mais verdadeiro, mais realista. Mobiliza a todos no sentido de que precisamos continuar trabalhando para encontrar saídas para o Brasil”.

Para Renan, “o aumento de imposto não pode ser caminho único. Primeiro é preciso cortar despesas, melhorar a eficiência do gasto público. O Congresso está disposto a colaborar nessa direção”. No auxílio por soluções nesse sentido, o presidente do Senado afirmou que amanhã será instalada uma comissão por mudanças para o desenvolvimento econômico — a chamada Agenda Brasil — e na quarta­feira será designada uma comissão de especialistas para propor soluções na relação do Estado com cidadãos e com as empresas. “O Congresso vai fazer o que for possível para fazermos a reforma do Estado, para cortarmos despesa, para melhorarmos o ambiente de negócios e investimentos”.

A formulação de uma “agenda suprapartidária, harmônica, que preserve fundamentalmente o interesse nacional” foi defendida pelo presidente, após reunião com os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa. “O realismo orçamentário fala primeiro da necessidade de nos mobilizarmos todos para encontrarmos saídas para o Brasil”.

“Qualquer solução econômica passa pela construção política”, arrematou Renan, para quem a aliança do PMDB com o governo deve ter “um fundamento. O PMDB tem que ter um acordo programático em torno dessa agenda”.