Investimentos em infraestrutura podem reverter pessimismo da construção civil

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As recentes medidas anunciadas pelo governo federal, prevendo investimentos de R$ 198,4 bilhões em obras de infraestrutura, podem resgatar o ânimo dos empresários da construção civil, disse o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), José Romeu Ferraz Neto. 

Em nota divulgada hoje (12), ele comentou os resultados negativos da 63ª Sondagem Nacional da Indústria da Construção Civil. Com periodicidade trimestral, a pesquisa revela a percepção dos empresários do setor sobre a economia e os rumos de seus negócios.

No levantamento de maio, os dados indicaram que o setor atingiu o maior pessimismo dos últimos 16 anos. Em uma escala de 0 a 100, a perspectiva de desempenho caiu de 37,1 para 35,9 pontos. Para o SindusCon-SP, isso significa recuo de 3,2% na comparação com o resultado de fevereiro e de 19,7% em um período de 12 meses.

Pela metodologia da pesquisa, sempre que a pontuação fica abaixo de 50, a avaliação é interpretada como desfavorável. Sobre as dificuldades financeiras , a interpretação é inversa. De acordo com o  último levantamento, a avaliação subiu de 60,5 para 69,7, pior resultado desde o laçamento da sondagem, em agosto de 1999.

“Os resultados refletem o agravamento das expectativas dos empresários da construção diante da crise econômica nos primeiros meses do ano, quando foram anunciados cortes de R$ 25,7 bilhões no PAC e de R$ 5,6 bilhões no Minha Casa, Minha Vida”, diz a justificativa técnica do SindusCon-SP.

Segundo a nota, isso ocorreu após o aquecimento expressivo até 2013. Para o dirigente da entidade, a forte restrição ao crédito, o aumento da inflação, dos juros e do desemprego frustraram as expectativas. “Muitas empresas investiram com a perspectiva que o desenvolvimento fosse mais sustentado”, esclareceu Ferraz Neto.

Ele ressaltou que, além das novas medidas capazes de reverter o cenário de queda dos negócios, surgiram opções para financiamento de imóveis, como a mudança nas regras do depósito compulsório, que liberou R$ 22,5 bilhões da poupança para financiamentos imobiliários, e a injeção de R$ 4,9 bilhões, por meio da linha Pró-Cotista do Fundo Garantidor do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

A pesquisa do SindusCon-SP também indicou queda de 8,6% em relação ao levantamento anterior, caindo de 37,7 para 34,5 pontos. Em 12 meses, a redução foi ainda mais expressiva, de 22,7%. Outro indicador negativo foi o do nível de emprego, com queda de 9,2% e corte de 300 mil trabalhadores em 12 meses.

Na sondagem relativa à condução da política econômica, verificou-se melhora de 11,1% sobre o resultado anterior. Mesmo assim, a avaliação ficou abaixo de 50 pontos, passando de 24,9 para 27,7 pontos.

Os investimentos anunciados pelo governo para o programa de concessões à iniciativa privada contemplam projetos de estradas, ferrovias, aeroportos e portos.