Concurseiros e cursos preparatórios amargam efeitos do ajuste fiscal

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O desaquecimento da economia atingiu em cheio o setor público. Concurseiros e cursos preparatórios, que esperavam um ano recheado de lançamentos de editais para o preenchimento de vagas no Executivo federal, estão amargando os efeitos do ajuste fiscal. Em quase seis meses de 2015, o Ministério do Planejamento autorizou apenas 668 vagas para novas seleções, 4,7% do total de 15,6 mil postos de todo o ano passado, número que já havia sido o mais baixo desde 2009. Apesar do cenário desafiador, especialistas recomendam que os interessados em ocupar um cargo no funcionalismo não abandonem os estudos, mas, sim, aproveitem o momento para ficar à frente da concorrência.

Os concursos para o Executivo federal — que responde por 89% dos servidores ativos da União, segundo estudo da Escola Nacional de Administração Pública (Enap) — foram os mais prejudicados com os cortes de gastos. Importantes processos seletivos, como os do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), da Receita Federal, da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que, segundo cursos preparatórios estavam previstos para este primeiro semestre, ainda estão na gaveta do Planejamento. “Hoje, sequer se fala desses certames”, diz o presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac), Marco Antônio Araújo.

Como o Executivo é responsável por ofertar números elevados de oportunidades, a falta de seleções de maior apelo acaba desestimulando os concurseiros. “O mesmo arrocho não tem acontecido no Judiciário e no Legislativo. Para quem ainda não tem um foco específico, é interessante ficar atento aos certames publicados para outros poderes”, aconselha. Fontes oficiais não confirmam o prazo de lançamento de editais do Executivo, mas o presidente da Anpac prevê que as publicações possam acontecer em setembro. “Acreditamos que esses certames sairão no segundo semestre, com as provas sendo realizadas no mesmo período. Dessa forma, as contratações ocorreriam apenas em 2016”, acrescenta.