Após derrota, Cunha diz que Câmara não quer reforma política
BRASÍLIA — Um dia após sofrer dupla derrota, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quarta-feira que, apesar do discurso, os deputados não querem fazer uma reforma política.
— Todo mundo dizia na campanha que temos que fazer uma reforma política, que ninguém aguenta mais, mas na hora ninguém quer votar. Não adianta aquele que é contra a lista entrar com uma ideia, aquele que é contra o distritão entrar com outra, e ninguém votar nada. Foi assim que ficou. Ontem a Câmara votou e tomou a decisão de que não quer mudar o sistema eleitoral. Vai ser sistema proporcional, está resolvido — afirmou Cunha ao discursar na Marcha dos Prefeitos.
A Câmara rejeitou ontem o distritão, proposta de reforma política defendida por Cunha. Eram necessários 308 votos, mas a proposta recebeu apenas 210 sim; 267 deputados votaram contra e cinco se abstiveram.
Também foi rejeitada a proposta que incluía na Constituição Federal a doação empresarial de campanhas. O texto rejeitado permitia a doação de empresas e pessoas físicas a partidos e candidatos. Atualmente, a lei já permite isso, mas como a doação empresarial está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal (STF), objetivo era constitucionalizar a doação e manter esse tipo de financiamento. Apesar de ter obtido maioria dos votos, 264 deputados apoiaram a emenda contra 207 contrários.