Em relatório do orçamento, governo prevê mais inflação neste ano

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O governo federal admitiu oficialmente que a inflação deverá ser mais alta neste ano. No relatório de receitas e despesas do Orçamento, relativo ao segundo bimestre deste ano, a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada inflação oficial do país, passou de 5,3% para 5,6%. No entanto, se a previsão do governo se confirmar, a inflação será menor que a registrada em 2013, quando ficou em 5,91%.

“A estimativa de inflação é compatível com a meta estipulada para fins de política monetária e com a trajetória para este índice observada até o momento”, informou o Ministério do Planejamento.

Mesmo assim, o valor estimado pelo governo federal para a inflação em 2014 segue bem abaixo da expectativa do mercado financeiro, que foi captada pelo Banco Central na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras. Para os economistas, o IPCA deste ano deve ficar em 6,43% – valor que está próximo do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação.

 

Segundo esse sistema, a meta central tanto para 2014 como para 2015 é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.

Feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA calcula a variação média de preços de produtos e serviços em 11 regiões metropolitanas do país.

Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, o governo manteve a estimativa em 2,5% de alta. O valor está acima, porém, do que prevê o mercado financeiro – que vê uma alta de 1,62% para a economia brasileira neste ano. O PIB corresponde à soma dos bens e serviços feitos no país e serve para medir o crescimento da economia.

Receitas e despesas
No documento, o governo federal informou que, após a reavaliação da projeção das receitas e despesas, foram mantidos os limites de empenho (compromisso de reservar o valor para cobrir despesas com a aquisição de bens e serviços contratados) e movimentação financeira em relação àqueles estabelecidos no Relatório de receitas e despesas do 1º bimestre de 2014, que foi divulgado em março.

Com isso, não foram liberados novos gastos ou feitos cortes adicionais de despesas em relação aos R$ 44 bilhões anunciados em fevereiro deste ano.

Segundo o governo, houve revisão, para cima, das estimativas de receita líquida de transferências a estados e municípios em R$ 1,2 bilhão. “Esse incremento concentrou-se basicamente na Cofins [Contribuição para Financiamento da Seguridade Social] e nas Outras Receitas-Administradas pela Receita Federal e foi parcialmente compensado pela queda verificada nas estimativas dos outros itens de receita”, informou.

Quanto às despesas primárias de execução obrigatória, acrecentou o Ministério do Planejamento no relatório, houve um acréscimo também de R$ 1,2 bilhão devido ao aumento na estimativa para as despesas com Doações e Convênios e à incorporação de pagamentos relativos aos Créditos Extraordinários.