Brasil perde participação na produção e na renda de todo o planeta

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A realidade não confirma o discurso da equipe econômica e da presidente Dilma Rousseff de que são externas, e não internas, as razões do baixo crescimento do Brasil. O fraco ritmo de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos anos e o desempenho modesto previsto daqui para frente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) vão condenar o país a ficar entre os latino-americanos que mais perdem participação na soma de riquezas gerada em todo o planeta. Enquanto isso, boa parte das nações vizinhas vem conquistando uma fatia cada vez maior do bolo mundial, revela levantamento feito pelo economista e consultor Roberto Luis Troster para o Correio.

Conforme os dados apurados pelo ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) nos registros do FMI, na América Latina, o Brasil terá a terceira maior redução da fatia que detém do PIB global, entre 2013 e 2019, passando de 2,78% para 2,65%. Em termos percentuais, a queda será de 4,7% no período, ficando atrás apenas da Argentina e da Venezuela, que atravessam crises graves e devem recuar 12,3% e 17,9%, respectivamente. Equador e Uruguai completam a lista dos cinco países da região que perderão espaço, segundo o estudo de Troster. Os demais avançam. “Em valor, no entanto, o Brasil será a economia que sofrerá a maior perda: 0,133 ponto percentual do PIB global”, destacou o economista.

No entanto, a perda de participação do Brasil no PIB global poderá ser ainda maior. O FMI prevê expansão de 1,8% na economia brasileira este ano, metade da velocidade de avanço do resto do mundo: 3,6%. As projeções do mercado, no entanto, são mais pessimistas. As estimativas coletadas pelo Relatório Focus, do Banco Central, apontam para 1,63%.

Um levantamento feito pelo economista-chefe da Austin Ratings, Alex Agostini, indica que o Brasil deverá perder a 7ª posição do ranking das 10 maiores economias globais em 2018, dando lugar à Índia, que atualmente se encontra no 10º lugar. “A Índia é o país que mais deverá subir posições na lista até 2019, superando Brasil, Itália e Rússia. Entre os desenvolvidos, a única mudança deverá ocorrer com o Reino Unido que vai superar a França em 2016 para ocupar o 5º posto”, afirmou. Ele destaca que as 10 maiores economias do planeta representam 65% do PIB mundial, estimado em US$ 76,8 trilhões neste ano, podendo chegar a US$ 100,8 trilhões em 2019.