Olimpíadas do Rio serão feitas com 60% de recursos privados, diz Paes
Os governos federal, estadual e municipal apresentaram na tarde desta quarta-feira, no Rio de Janeiro, o orçamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. O custo total do evento foi estimado em R$ 36,7 bilhões, sendo que quase 60% sairão da iniciativa privada, disse Eduardo Paes, prefeito do Rio.
– (São) Sessenta por cento de recursos privados nesses R$ 36 bilhões. Olhem a história de Londres, que a gente gosta de elogiar tanto. Não tem um tostão de dinheiro privado.
O prefeito explicou que o orçamento é dividido em três partes: Comitê Organizador, matriz de responsabilidades e legado.
A parte do Comitê Organizador Rio 2016 é estimada em R$ 7 bilhões e não prevê dinheiro público (é financiada pela iniciativa privada, por meio de patrocínios, venda de ingressos e repasses de verbas do COI). A matriz de responsabilidades tem hoje orçamento de R$ 5,6 bilhões, sendo que R$ 4,18 bilhões vêm da parceria público-privada. Por fim, há a parte do legado, com 24 bilhões, sendo que R$ 10,3 bilhões dessa fatia são provenientes da iniciativa privada. No total, 58,5% (R$ 21,48 bilhões) dos R$ 36,7 bilhões previstos serão de recursos privados.
Eduardo Paes ressaltou que não faz sentido somar os três orçamentos e também explicou que os Jogos estão R$ 3 bilhões mais barato, levando em conta a inflação.
– Estamos falando de coisas diferentes. Se fizer a correção, os R$ 28,8 bilhões de 2008 seriam R$ 39 bilhões hoje. Ou seja, as Olimpíadas estariam R$ 3 bilhões mais barata. Temos que ver também que nunca antes na história dos Jogos se construíram equipamentos com recursos privados. Em Londres, foi com dinheiro público. Quanto maior o orçamento for aqui, no legado, melhor. A grande crítica no Pan de 2007 foi que se prometeram muitas coisas para a cidade e deixaram só estádios. O orçamento é um pouco maior do que se previa no começo porque não estava prevista a drenagem na Praça da Bandeira. A linha 4 do metrô não foi um compromisso olímpico e nós nos aproveitamos das Olimpíadas para fazer isso. Não é melhor para a cidade que se faça uma linha de metrô? O foco desses Jogos será o que vamos deixar de infraestrutura para o Rio. Foi assim que conseguimos ganhar as Olimpíadas de cidades desenvolvidas – afirmou.
O governador Luiz Fernando Pezão e o ministro dos Esportes Aldo Rebelo falaram sobre os projetos de suas responsabilidades. O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, e o presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), general Fernando Azevedo e Silva, também acompanharam o evento. Os projetos foram divididos em três partes, conforme a esfera (municipal, estadual e federal).
A prefeitura do Rio de Janeiro será responsável por 14 dos 27 projetos, com custo total estimado em R$ 14,3 bilhões.
– O plano de legado deve ser um instrumento de cobrança sobre todos nós. No plano das Olimpíadas estava incluída a Transcarioca, e ela ficará pronta em 30 dias. Então, não incluímos. No dossiê de candidatura havia o compromisso de fechar o Aterro Sanitário de Gramacho, e entendemos que não deveríamos colocar também porque já foi entregue. A Prefeitura do Rio, desde o início, explorou o potencial de captação de recursos privados, tanto que, dos R$ 14,3 bilhões, 64% são recursos privados, através de PPPs. São R$ 9,2 bilhões de recursos privados (64,3%), R$ 3,9 bilhões de municipais (27,3%) e R$ 1,2 bilhão de recursos federais (8,4%) – disse o prefeito Eduardo Paes.
O governo do estado toca 10 projetos. O investimento totaliza R$ 9,7 bilhões (88% deles financiados pelo estado e 12% por recursos privados). A principal obra será na melhoria e ampliação do metrô. A despoluição da Baía de Guanabara, palco das disputas das provas de vela, tem um projeto de R$ 918 milhões. Sob a responsabilidade do governo federal há três projetos: a construção do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem, dos locais de treinamento para o período dos Jogos e outros financiamentos ainda não especificados. O valor de R$ 110 milhões foi dividido entre os ministérios do Esporte (R$ 85,07 milhões) e da Educação (R$ 25,4 milhões).