Endividamento federal recua 0,57%, para R$ 1,94 trilhão

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Papéis prefixados aumentam participação para 38,7% do total

A dívida pública federal recuou 0,57% em março e fechou o mês em R$ 1,940 trilhão, segundo dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional. A queda ocorreu devido a um resgate líquido de títulos públicos no valor de R$ 28,99 bilhões, que foi parcialmente compensado pela apropriação de juros que corrigem o estoque e somaram R$ 17,93 bilhões.

A dívida em títulos no mercado interno soma agora R$ 1,851 trilhão, enquanto a dívida externa está em R$ 88,7 bilhões. Segundo relatório do Tesouro, os papéis prefixados aumentaram sua participação na dívida de 37,14% em fevereiro para 38,74% em março. Os títulos indexados a índices de preços também elevaram sua fatia no estoque, passando de 35,51% para 36,2%. No entanto, os corrigidos pela Taxa Selic recuaram de 23% para 20,62% no período.

A estratégia do Tesouro é aumentar a participação dos papéis prefixados no endividamento, uma vez que esses títulos dão maior previsibilidade sobre os resgates. Segundo o coordenador de Operações da Dívida Pública, José Franco de Morais, o fato de o Banco Central ter elevado os juros não prejudicou a estratégia e nem aumentou o apetite dos investidores por papéis atrelados à Taxa Selic.

Morais explicou que a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que elevou a Selic de 7,25% para 7,5% ao ano, indicou ao mercado que a alta dos juros será cautelosa. Com isso, os aplicadores entenderam que as taxas podem não subir muito e, por isso, continuam apostando em prefixados para obter ganhos.

A parcela da dívida com vencimento a curto prazo passou de 25,25% em fevereiro para 25,64% em março. Já o prazo médio do estoque cresceu 4,13 anos para 4,18 anos no período. (Martha Beck)