Desembolsos do BNDES sobem 52% no 1º trimestre
Autor(es): Henrique Gomes Batista
Luciano Coutinho estima alta do investimento em 5% no ano
O BNDES registrou desembolsos de R$ 37,173 bilhões nos primeiros três meses deste ano, valor 52% acima do mesmo período do ano passado. O número divulgado ontem é recorde para o período e, segundo Luciano Coutinho, presidente do banco, demonstra uma recuperação da economia. Segundo ele, o resultado é decorrente de um forte crescimento nas consultas do banco no fim de 2012, “com destaque para as liberações destinadas a máquinas e equipamentos e ao setor industrial”.
No acumulado em 12 meses, o volume chegou a R$ 168,683 bilhões em março, o melhor resultado nessa base de comparação desde novembro de 2010. Coutinho afirmou também que os desembolsos em 2013 serão maiores que os de 2012, embora não tenha feito uma projeção.
– Queremos ampliar os desembolsos deste ano. Estamos fazendo uns ajustes porque queremos ampliar os desembolsos para a formação bruta de capital fixo e não de capital de giro, como ocorreu no ano passado – disse Coutinho.
2013 melhor que 2012
A indústria respondeu por 36% (R$ 13,5 bilhões) dos desembolsos totais, com forte alta de 109%. Os enquadramentos e as consultas fecharam o trimestre com queda de, respectivamente, 12% e 11%. Mesmo assim, o Banco disse que os números ruins. Na infraestrutura, os desembolsos somaram R$ 9,264 bilhões, alta de 25% sobre igual período do ano anterior. O setor de comércio e serviços recebeu R$ 9,699 bilhões nos primeiros três meses do ano e a agropecuária teve R$ 4,718 bilhões do BNDES no período.
Coutinho afirmou que a produção industrial de março deve ter registrado avanço entre 0,5% e 1%, fazendo com que a alta chegue a 0,7% no primeiro trimestre deste ano. O número oficial do IBGE, contudo, só será divulgado nas próximas semanas. Otimista, ele acredita que o consumo no país continua aquecido e vê um cenário externo mais favorável que em 2012, com menos volatilidade e uma recuperação maior do comércio internacional:
– Todas as expectativas indicam que 2013 será um ano menos ruim que foi 2012.
Coutinho disse que o investimento no Brasil deve subir 5% em 2013. Mas disse que o número possa ser superado e que o banco “trabalha para isso”.