Governo teme novo atraso do Orçamento

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Autor(es): Catarina Alencastro
O Globo – 24/01/2013
 

 

Ministra cobra de oposição manutenção de acordo para votação no dia 5

BRASÍLIA A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse ontem que o governo está preocupado com a possibilidade de o Congresso não votar o Orçamento de 2013 na sessão marcada para 5 de fevereiro. O temor é que não haja quorum, uma vez que os senadores terão eleito o seu presidente no dia primeiro e devem retornar a Brasília apenas depois do carnaval. Ontem, Ideli recomeçou as negociações para a votação do Orçamento. E cobrou da oposição o cumprimento de acordo para assegurar a apreciação da proposta.

– Fizemos um acordo com a oposição. Acredito que o acordo de votação será mantido – afirmou Ideli.

Na Câmara, a eleição do novo presidente ocorrerá no dia 4.

Esta semana, o PSDB e o DEM ingressaram no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) justamente contra a medida provisória que abriu créditos extras de R$ 42,5 bilhões, como forma de manter os gastos mesmo sem a aprovação do Orçamento deste ano.

sem influência em disputa

No Congresso, Ideli voltou a negar que o governo esteja influenciando nas negociações para a escolha dos presidentes da Câmara e do Senado e, principalmente, dos líderes dos partidos. Perguntada sobre a acirrada disputa no PMDB, a ministra disse que o partido faz parte do governo, e é natural haver tensões nos relacionamentos partidários. Mas confirmou que conversou com os candidatos ao cargo Sandro Mabel (PMDB-GO) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Uma das prioridades do governo este ano é dar continuidade à reforma tributária “fatiada”, já iniciada no ano passado com a desoneração da folha de pagamento de 42 setores da economia. Depois, ela se reuniu com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), para discutir a retomada da votação do Orçamento.

Sobre o encontro nacional de prefeitos com a presidente Dilma Rousseff, nos próximos dias 28 a 30, Ideli afirmou que a presidente não perderá a chance de ter uma plateia lotada de prefeitos para defender seu projeto de repassar os royalties do petróleo para a Educação, matéria polêmica que também tramita no Congresso.