Assecor realiza edição 2014 do Seminário

318

Na última quinta-feira (7), a Assecor realizou a Edição 2014 do Seminário anual que discutiu o planejamento, o orçamento e as políticas públicas de iniciativa do Governo Federal. Os debates permitiram que os presentes compartilhassem sobre suas experiências práticas e acadêmicas que envolvem diversos setores da economia do país.

Durante a mesa de abertura, Antônio Amado, presidente da Associação Brasileira de Orçamento Público – ABOP destacou que esta é uma oportunidade enorme de dividirmos experiências de sucessos e fracassos para o construirmos um campo de planejamento e orçamento cada vez melhor.

De acordo com o Analista de Planejamento e Orçamento, Leandro Couto, a Assecor tem ampliado sua área de atuação e não tem centrado apenas em discussões salariais, por exemplo. E aproveitou a oportunidade na mesa de abertura para parabenizar o trabalho que vem sendo desenvolvido pela Associação na produção da RBPO que reúne discussões importantes a respeito do trabalho da nossa Carreira. “Reconhecemos que não é mais possível fazer um planejamento fechado somente nos órgãos da Esplanada dos Ministérios. Temos que abrir esse debate para diversas esferas. Para que esse desafio seja alcançado temos contado com a Assecor e assim, construirmos um novo momento para nosso planejamento e orçamento”, acrescentou Leandro.

A primeira mesa teve como tema a pergunta: ‘Como crescer acima de 5% ao ano sem perder o controle da inflação?’. Para o pesquisador do Instituto de Economia da Unicamp e professor da FACAMP, Guilherme Santos Mello, o desafio do nosso país é um pouco maior do que a questão que foi apresentada. “Temos que acrescentar neste questionamento como poderíamos crescer de maneira mais consciente, distribuindo melhor a renda, ampliando o serviço público e tudo isso, sem perdermos o controle da inflação. E a pergunta fica ainda mais difícil respondermos. Mas para discutirmos um planejamento futuro do Brasil, precisamos passar por essa discussão”, disse.

Guilherme acrescentou ainda que sociedade brasileira não aceita a volta da inflação. “A conquista da estabilidade inflacionária decorre de outras discussões, como um serviço público de qualidade, envolvendo a saúde, a educação, melhores empregos. E isso é um grande desafio para nós que pensamos planejamento e orçamento”. De acordo com o professor, não há fórmulas mágicas para responder a essa pergunta. “Simplesmente reduzir a inflação para 4% não é uma cura milagrosa. O que temos que fazer é uma gestão cuidadosa da política macro, aproveitando as oportunidades que nos aparecem pra conseguir reduzir o patamar das taxas de juros, desvalorizar o câmbio”.

Para Roberto Piscitelli, professor da UnB e consultor da Câmara dos Deputados, alguém poderia perguntar, em qual nível de inflação ela pode ser considerada fora de controle travar o crescimento. “Parece ser uma dicotomia entre controlar a inflação e manter o crescimento”, disse. Mas segundo o professor, houve períodos em que existiu crescimento, apesar dos períodos da inflação. Roberto disse ainda que a inflação nunca esteve fora de controle desde 1994 em nenhum dos governos. O que aconteceu foram apenas ligeiros repiques. “Às vezes tenho a sensação de que alguns setores estão tentando reproduzir que estamos vivendo o mesmo momento de turbulência de 2002, 2003. Mesmo não com a inflação dentro do controle, ainda não está em seu patamar desejável”, disse.

O pesquisador licenciado do IPEA, Mansueto Almeida se conseguíssemos aumentar nossa taxa de investimento para 22% do PIB e crescermos 4% ao ano é excelente. “Mas nosso calcanhar de Aquiles é a poupança. Países asiáticos que conseguiram duplicar seu PIB tem uma taxa altíssima de poupança, mas dificilmente conseguiremos alcançar taxas mais altas, pois país assim tem gastos com sociais, por exemplo, baixíssimos”.