Segunda sessão magna do seminário internacional fala do Estado Empreendedor

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A gestão de conhecimento científico e tecnológico como centro de uma nova agenda para o desenvolvimento. Este foi o tema central debatido na sessão magna O Estado Empreendedor: Visões de Futuro, do Seminário Internacional Papel do Estado no Século XXI: desafios para a gestão pública, que acontece até esta sexta-feira (4), no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília.

Ao iniciar os debates, o presidente da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Gleisson Rubin – que moderou a sessão – destacou que o Estado tem a função de utilizar o conhecimento para atender às necessidades da população. “O Estado empreendedor é aquele que consegue combinar, com competência, o conhecimento acumulado com uma visão de futuro ousada e que busque as respostas para as demandas que a sociedade apresenta hoje”, disse.

Na avaliação do professor emérito da Coppe-UFRJ, Luiz Bevilacqua, a aplicação de recursos públicos no desenvolvimento científico é algo positivo e que não pode ser descontinuado. Ele destacou dois exemplos bem sucedidos em que o governo brasileiro investe na geração de conhecimento: as pesquisas desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para a produção agrícola na região central do Brasil e as contribuições da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Paulo. Segundo o professor, a UFABC passou por uma reestruturação acadêmica que foi fundamental para recuperar o gosto dos estudantes pela aprendizagem científica. Em relação à Embrapa, enfatizou que a empresa mantém sua trajetória no desenvolvimento científico e com retorno social. 

Em sua palestra, o professor de Economia na Escola de Estudos Avançados de Sant’Anna, na Itália, Giovanni Dosi, abordou as perspectivas do aprendizado tecnológico e sua relação com as capacidades industriais e produtivas de organizações e do Estado. Dosi destacou alguns entraves para o desenvolvimento tecnológico. “Os direitos de propriedade intelectual são um obstáculo para a inovação nos países desenvolvidos e emergentes”, afirmou. O professor também criticou as políticas de austeridade fiscal e defendeu que os Estados devem aprender a melhor forma para utilizar os conhecimento tecnológicos da globalização.