SERVIDORES QUEREM, NO MÍNIMO, 19,7%
O Fórum Nacional das Entidades do Serviço Público Federal vai submeter às 23 associadas uma nova proposta para a campanha salarial de 2015. Como todas as categorias rejeitaram a oferta do governo de reajuste de 21,3%, em quatro parcelas até 2019, foi criada uma comissão para estudar um índice inferior aos 27,3% – exigência inicial do funcionalismo -, mas capaz de compensar a corrosão do poder aquisitivo, desde 2010.
De acordo com a comissão, o aumento mínimo admitido é de 19,7%, em janeiro de 2016. Ou dividir esse total em duas frações de 9,4% até 2017. “Cada um tem que ceder um pouco, para tentar fechar um acordo”, admitiu Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).
“ Creio que, até 5 de agosto, quando terminam as reuniões setoriais, o Planejamento vai repensar suas contas”, disse Rudinei Marques, secretário-geral do Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate). Segundo Daro Piffer, presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), o cálculo atual retirou as expectativas futuras de inflação e o ganho real de 2%, embutidos nos 27,3%.
“ Acho que o governo vai aceitar. Ele corrigiu os benefícios pela inflação passada. Não pode usar dois pesos e duas medidas”, disse Piffer. Segundo analistas, não por acaso, a tendência é o governo adotar uma atitude mais flexível.
O secretário de Relações do Trabalho do MPOG, Sérgio Mendonça, nas reuniões específicas com várias categorias, sustentava os 21,3%. Ontem, tinha, pela manhã, um encontro com o pessoal do ciclo de gestão e do núcleo financeiro. Mas foi chamado às pressas para conversar a portas fechadas com o ministro Nelson Barbosa e orientado a contemporizar.
O governo teme que os servidores, com protesto marcado para 6 de agosto, se unam a outras marchas, e aprofundem ainda mais a crise política. De acordo com a fonte, que não quis se identificar, o MPOG corre contra o tempo para fechar um acordo até o dia 5, e evitar adesões à Marcha das Margaridas, no dia 11, e à “dos Coxinhas”, no dia 16, apoiadas pelo PSDB.