Fitch elogia corte no Orçamento do país, mas alerta para ‘desafios’

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O corte de R$ 69,9 bilhões no Orçamento de 2015 evidencia a boa vontade dos políticos para  combater o desequilíbrio fiscal e o desafio que eles enfrentam para isso, afirmou nesta terça-feira (26) a agência de classificação de risco Fitch Ratings, em relatório ao mercado.

De acordo com a Fitch, um congelamento efetivo de despesas vai ajudar a consolidação fiscal, depois que o país registrou um déficit primário no ano passado graças ao enfraquecimento da arrecadação e a um forte aumento dos gastos (particularmente os não obrigatórios).

Contudo, a agência destaca que a consolidação do ajuste fiscal pode enfrentar desafios. O apoio político a ele, diz a Fitch, pode ser reduzido com a implementação das medidas de austeridade. “Partidos de coalização podem criar dificuldades e o Congresso pode diluir as medidas fiscais”, alerta o relatório.

A agência ressaltou, também, que o corte do governo focou em despesas discrecionárias (não obrigatórias), incluindo investimentos importantes. “Os desafios dessa implementação continuam e a Fitch vai monitorar o quando esses congelamentos serão feitos para alcançar os objetivos fiscais fo governo”, afirmou.

Ainda segundo a Fitch, no acumulado do ano, a performance fiscal continua refletindo o impacto adverso de uma economia fraca em arrecadação. “Prevemos que a economia brasileira vai encolher até 1% este ano, com os riscos de desaquecimento devido à fraca confiança, as consequências negativas das investigação de corrupção na Petrobras, o aperto da política, e as condições externas desafavoráveis, incluindo os baixos preços das commodities”.