Mais partidos governarão o Brasil a partir de 2015

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Os estados brasileiros serão governados por integrantes de nove partidos diferentes, número maior do que o registrado há quatro anos. Em 2010, seis legendas fizeram governadores.

O acréscimo de siglas no poder nos estados segue a tendência de pulverização dos cargos políticos entre as agremiações nas eleições de 2014. Na Câmara dos Deputados, 28 dos 32 partidos em atividade no Brasil elegeram representantes. O Senado ganhou uma bancada.

Entre os partidos que haviam vencido eleições para governador em 2010, apenas PT e PMDB não sofreram redução no número de estados que comandam. O PMDB subiu de cinco para sete estados. Além das reeleições confirmadas de Luiz Fernando Pezão (RJ) – que era vice de Sérgio Cabral e assumiu o governo no início deste ano – e Confúcio Moura (RO), o partido elegeu hoje José Ivo Sartori (RS). Já estavam eleitos em primeiro turno Renan Filho (AL), Paulo Hartung (ES), Jackson Barreto (SE) e Marcelo Miranda (TO).

O PT manteve cinco governadores. Dois deles confirmaram vitória no segundo turno: Camilo Santana (CE) e Tião Viana (AC) – este último reeleito. No primeiro turno, haviam sido eleitos Fernando Pimentel (MG), Rui Costa (BA) e Wellington Dias (PI). Quatro dos cinco governos petistas estão nas regiões Norte e Nordeste. Dois candidatos do PT à reeleição falharam nas urnas: Tarso Genro (RS) e Agnelo Queiroz (DF).

O PSDB, que havia feito oito governadores em 2010, conseguiu apenas cinco triunfos em 2014, sendo que quatro deles foram reeleições: Simão Jatene (PA) e Marconi Perillo (GO), no segundo turno, e Geraldo Alckmin (SP) e Beto Richa (PR), no primeiro. A única novidade tucana é Reinaldo Azambuja (MS). Assim, o PSDB se concentra no Centro-Sul.

O PSB também sofreu baixas eleitorais: caiu de seis governadores para três. Ricardo Coutinho (PB) se reelegeu em segundo turno, e Rodrigo Rollemberg (DF) confirmou sua vitória na segunda etapa. Paulo Câmara (PE) já havia vencido no primeiro turno. O PSB foi o partido que teve mais candidaturas à reeleição frustradas: foram três, com Renato Casagrande (ES), Camilo Capiberibe (AP) e Chico Rodrigues (RR).

Dois partidos que haviam feito chefes de Executivo estaduais há quatro anos não conseguiram vitórias em 2014. O DEM ficou sem eleger governadores pela primeira vez desde sua fundação, em 1985, como PFL. Em 2010 haviam sido dois, sendo que um deles, Raimundo Colombo (SC), migrou para o PSD durante o mandato e conquistou a reeleição pela nova sigla. O PMN também viu seu governador eleito em 2010 juntar-se ao PSD, e não elegeu ninguém agora.

Novos partidos no poder

Um total de cinco partidos que não tinham governadores elegeram seus candidatos em 2014. Em três casos, foi a primeira vez da legenda. O PCdoB, com mais de 90 anos de existência, conquistou um histórico triunfo com Flávio Dino (MA), ainda no primeiro turno.

Dois partidos criados depois das eleições de 2010 chegaram ao poder: o PSD elegeu Robinson Faria (RN) e reelegeu Raimundo Colombo (SC) – que era filiado ao DEM quando conquistou seu primeiro mandato. O PROS venceu com o reeleito José Melo (AM), que era vice-governador de Omar Aziz e assumiu o mandato em 2014.

O PDT fez dois governadores: Waldez Góes (AP) e Pedro Taques (MT). Já o PP é o responsável pela única mulher eleita governadora em 2014: Suely Campos (RR).