Políticos em cargos comissionados: Indicações sobem e causam polêmica

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 O aumento de 9,9% de contratação de funcionários em cargos comissionados de 2012 para 2013, nas administrações públicas, divulgado ontem pelo IBGE, revela um drama sofrido nas repartições de todo o país. Os que atuam em cargo de indicação política são os maiores responsáveis pelo afastamento de servidores estatutários, segundo a Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal).

O secretário-geral da entidade, Josemilton Costa, aponta que assédio moral e perseguição são comuns nas repartições estaduais e na administração pública como um todo. Ele é categórico ao dizer que os “comissionados não têm comprometimento com a coisa pública e são os principais responsáveis pelo afastamento por doença ou até mesmo pela demissão dos servidores perseguidos”.

Ainda de acordo com a pesquisa do IBGE, em relação a 2012, o total de servidores caiu 0,3%. Destaque para as quedas de 17,1% entre os regidos pela CLT e de 1,7% entre os estatutários. “Os governos estão substituindo servidor por indicados políticos. E estes funcionários acabam sendo responsáveis por instaurar inquéritos administrativos e disciplinares nos servidores. O que tem aumentado problemas de saúde, psicológico e de convivência nas repartições”, diz Costa.

MAIS COBIÇADOS

Para Josemilton Costa, cargos em ministérios, secretarias e autarquias são os mais cobiçados e onde se destinam mais verbas para comissionados: “Se observa um loteamento das principais funções exercidas e há pressão de partidos para preenchimentos dessas vagas”.

ATENDIMENTO

Outro problema apontado pela Condsef é a queda da qualidade do serviço prestado ao cidadão por quem ocupa cargo em comissão: “Eles vêm da iniciativa privada e não sabem lidar com o dia a dia de uma repartição pública e acabam comprometendo a execução das atividades”.