Em Brasília, ato reúne mil pessoas

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A promessa das centrais sindicais de “abalar” a Esplanada dos Ministérios ontem, no Dia Nacional de Lutas, teve pouco retorno da classe trabalhadora. O protesto teve como principal objetivo reforçar pleitos dos trabalhadores já entregues à presidente Dilma Rousseff desde 2010. Entre eles, estão o fim do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Os sindicalistas também combatem o Projeto de Lei nº 4.330/2012, que amplia a terceirização no serviço público. A manifestação começou por volta das 16h e acabou duas horas depois. De acordo com a Polícia Militar, reuniu cerca de mil pessoas, com faixas, bandeiras e cartazes e gritando palavras de ordem — o número diverge do dos organizadores, de 6 mil participantes. Até o ato programado para acontecer em frente ao Ministério do Planejamento, com o intuito de pressionar a ministra Miriam Belchior a receber as lideranças, não se concretizou.

Não houve tumulto ou confrontos, mas o insucesso surpreendeu a PM. A corporação havia convocado 800 policiais (700 convencionais e 100 especializados) para acompanharem a passeata. Em frente ao Congresso, além de homens com escudos e capacetes, dois grupos da polícia montada guardavam a Câmara e o Senado. Na entrada do Palácio Itamaraty — que sofreu recentemente ataques de manifestantes —, a proteção ficou a cargo de militares do Exército e um cão farejador. Segundo Sérgio Ronaldo da Silva, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que representa cerca de 800 mil servidores públicos em todo o país, o ato foi “muito bom”.

“Será formada uma comissão das centrais para cobrar da ministra Miriam respostas à pauta”, contou Silva. O presidente da União Geral dos Trabalhadores do DF (UGT), Isaú Joaquim Chacon, disse que a passeata foi uma continuação da 7ª Marcha dos Servidores, feita em março. “Estamos nas ruas, pois não avançamos em nada nas negociações com o governo”, afirmou. Para Otton Pereira, do Sindicato dos Servidores do Distrito Federal (SindSep-DF), “para que o governo reaja, é preciso intensificar os movimentos em 10 vezes mais. Não vamos aceitar a intransigência da presidente Dilma Rousseff”, ressaltou.

Sem concurso
Na parte da manhã, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para exigir que a reforma agrária saia do papel. Os manifestantes alegaram que o projeto está parado no Congresso apenas por questões burocráticas.

Representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do Distrito Federal (Sindmetrô-DF) e do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação de Água e em Serviços de Esgotos no Distrito Federal (Sindágua-DF) fizeram um ato em frente ao Palácio do Buriti. O secretário da Administração do Sindmetrô-DF, Anderson Ferreira, reclamou da falta de acordo com a Companhia do Metropolitano do DF. “Estamos há dois anos sem concursos. O governo prometeu uma seleção em dezembro do ano passado, adiou para março, depois para julho, e agora a previsão é de que ocorra uma prova apenas em setembro”, afirmou.