Governo prevê crescimento de 1% no PIB do primeiro trimestre
Autor(es): Martha Beck
Resultado será divulgado hoje pelo IBGE. Para 2013, projeção é de 3%
BRASÍLIA A equipe econômica espera que os dados do IBGE mostrem hoje que o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) teve uma alta próxima de 1% no primeiro trimestre de 2013, em relação aos últimos três meses do ano passado. A taxa, que está na média das projeções do mercado, equivale a um crescimento anualizado de quase 4%, o que ajuda o governo a reforçar o discurso de que este ano será melhor que 2012, apesar da alta da inflação e do cenário externo ruim.
Nos três primeiros meses de 2013, os indicadores da economia mostraram uma forte oscilação. A produção industrial, por exemplo, cresceu 2,6% em janeiro, mas caiu 2,5% em fevereiro, praticamente anulando os ganhos do mês anterior. Em março, a alta foi de 0,7%.
Os técnicos afirmam que os dados de fevereiro foram prejudicados pelo menor número de dias úteis e que, a partir de agora, a tendência é de aceleração. Embora a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) traga projeção para o crescimento da economia de 3,5%, o resultado considerado mais realista pelo Ministério da Fazenda é algo em torno de 3%.
Ainda assim, o número ainda é mais otimista que as projeções do mercado reunidas na pesquisa Focus do Banco Central. Os dados mais recentes mostram que as principais instituições financeiras do país trabalham com crescimento de 2,93% para o ano.
Entre os indicadores que animam o governo estão as vendas de veículos leves, que cresceram 14% entre janeiro e abril, segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Além disso, a compra de máquinas e equipamentos – que serve como um termômetro do investimento – registrou aumento de 7,3% entre março e abril. No primeiro quadrimestre, a alta foi de 6,6% em relação a 2012.
Outro sinal positivo vem das vendas de papelão ondulado, que cresceram 11,8% em abril de 2013 na comparação com igual período de 2012. No primeiro quadrimestre do ano, a alta registrada foi de 5,89%. Essas vendas também mostram o ritmo da atividade, uma vez que o papelão ondulado é usado como embalagem em diversos segmentos da indústria.
A estratégia do governo para conseguir chegar aos 3% de crescimento do PIB será continuar dando estímulos à economia por meio medidas como desonerações. A próxima a ser anunciada será a redução do PIS/Cofins para tarifas de transporte coletivo urbano, como ônibus, trem e metrô, a partir do dia 1º de junho. Só este ano, o governo vai abrir mão de mais de R$ 70 bilhões com desonerações.