Em defesa do governo

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Autor(es): Maryna Lacerda

Diante da enxurrada de críticas da oposição e de parte do empresariado contra o aumento da taxa básica de juros (Selic), decidido anteontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom), integrantes do governo saíram em defesa do Banco Central. Porta-vozes escalados pelo Palácio do Planalto tentaram desqualificar os ataques, garantindo que o país está nos trilhos e que a inflação, combatida pelo BC, não é uma ameaça à estabilidade da economia. Para eles, a alta da taxa, que saiu de 7,25% para 7,50% ao ano, não será um problema para o aumento dos investimentos produtivos. 
Nelson Barbosa, secretário executivo do Ministério da Fazenda, afirmou que o salto da Selic não prejudica a disposição do empresariado em ampliar fábricas e criar empregos. “Não é 0,25 ponto a mais ou a menos na taxa de juros que causa mudanças de perspectiva de longo prazo. A inflação no Brasil continua seguindo o sistema de metas”, disse. 
Para ele, a aceleração da atividade neste ano não deve prejudicar o controle da inflação, porque o governo trabalha para melhorar a infraestrutura do país e evitar as pressões sobre o custo de vida. 
Segundo Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, apesar das críticas recorrentes, “o governo está tranquilo”. Ele atribuiu as repercussões negativas sobre as decisões macroeconômicas “à propaganda de alguns setores”, o que, no entender dele, é uma atitude perigosa, “porque a economia também é controlada pelo fator psicológico da população”. 
No entanto, quando perguntado sobre as consequências da elevação dos juros, ele desconversou. Disse apenas que “a economia está sendo bem conduzida pela presidente Dilma e pelo ministro (Guido) Mantega”.