Lula defende política que focou no mercado interno
No momento em que o governo é alvo de críticas relativas ao controle da inflação, ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem o consumo e disse que a salvação do país foi ter investido no mercado interno.
“De vez em quando eu vejo umas pessoas dizendo que o Brasil precisa exportar mais, que não tem que ficar voltado para o mercado interno. A salvação deste país foi o mercado interno”, afirmou, ao discursar no evento de comemoração dos 90 anos do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, na capital paulista.
“A salvação deste país foi a gente criar condições para que a maioria da população, que não tinha acesso às coisas elementares, começasse a ter uma conta bancária, a comprar uma casinha, a comprar uma geladeira, a comprar uma roupa, a comprar um carro, a viajar de avião para o exterior”, declarou o ex-presidente, citando, em seguida, que seu governo conseguiu elevar 40 milhões de brasileiros da pobreza para a classe média.
“Todo mundo sabe que melhorou a vida desse povo. Pode não gostar da Dilma, do Lula, do discurso, mas sabe que o país melhorou”, disse.
Para uma plateia esvaziada, Lula deu uma alfinetada no ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), ao falar da venda do banco Nossa Caixa pelo tucano. “Quando nós percebemos que o Serra não tinha competência para cuidar da Caixa Econômica Estadual [Nossa Caixa], nós assumimos o compromisso de comprá-la”. Na quadra do sindicato, com capacidade para mais de mil pessoas, estavam presentes cerca de 300 pessoas.
O ex-presidente afirmou que, durante seu governo, os bancos público e privados elevaram sua capacidade de crédito de R$ 380 bilhões em 2003, no seu primeiro ano de mandato, para R$ 2 trilhões. “Hoje, só o Banco do Brasil , que tinha menos de R$ 100 bilhões disponíveis para crédito, tem R$ 600 bilhões. A Caixa Econômica Federal, que tinha apenas R$ 15 bilhões, hoje tem R$ 417 bilhões autorizados para crédito”, disse.