35% do PIB em impostos
Autor(es): » DECO BANCILLONO |
Correio Braziliense – 30/11/2012 |
Governo mudou a forma de apresentação da carga tributária brasileira, que agora passará a considerar as transferências de recursos do Estado à sociedade com programas como o Bolsa Família e benefícios sociais pagos como pensões e aposentadorias. A revisão dos parâmetros foi antecipada pelo Correio em matéria publicada na última sexta-feira, 23. Pelos padrões antigos, a carga bruta alcançou 35,31% do Produto Interno Bruto (PIB, valor da produção do país) em 2011. Pelos novos, que descontam todos os repasses públicos, a carga cai para 20,17%. Nos dois casos, trata-se do recorde na série histórica iniciada em 2002, mostrando que, seja qual for a medida, nunca o Estado teve um peso tão grande na economia. Para o governo, a alta da arrecadação se deve à melhoria do cenário produtivo dos últimos anos. Na avaliação do secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Sérgio Gobetti, a formalização do mercado de trabalho “teve um efeito muito grande” na carga tributária. Ele cita a diferença de “apenas” 2,8 pontos percentuais verificadas entre as cargas de 2002, que correspondeu a 32,5% do PIB, e de 2011, de 35,3%. “Metade foi devido à expansão de tributos sobre a folha de salários”, o que indicaria que a formalização no mercado de trabalho foi um grande vetor da ampliação da arrecadação de tributos. O coordenador de estudos econômicos e tributários da Receita Federal, Othoniel Lucas de Sousa, citou o chamado Refis da Crise para justificar outra parte do aumento. O programa, que reduz juros e multas sobre dívidas tributárias das empresas para permitir que elas ponham as contas em dia , possibilitou uma arrecadação extra de Desculpas Para ele, ainda que, nos últimos cinco anos, somente em 2009 a carga tributária tenha se reduzido, não é possível imaginar que a tendência será mantida a longo prazo. Ele não quis antecipar se vai haver queda em 2012, ano em que tanto a atividade econômica quanto a arrecadação estão em ritmo mais fraco. “Tem havido desonerações consideráveis, mas não é possível ainda prever o que vai acontecer no restante do ano.”
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