Governo e sindicatos divergem

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Autor(es): VERA BATISTA e PRISCILLA OLIVEIRA

Correio Braziliense – 30/08/2012

 

A corrida das lideranças sindicais para assinar o termo de compromisso com o governo e não ficar sem reajuste salarial a partir do ano que vem gerou um grande desencontro de informações entre o Ministério do Planejamento e representantes dos servidores. Segundo as informações oficiais, fecharam acordo ontem técnicos e agentes agropecuários, e servidores do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Com isso, praticamente todas as categorias teriam aceitado a oferta padrão, que prevê correção de 15,8% nos vencimentos, parcelada em três anos. Vários sindicalistas, no entanto, negavam categoricamente as informações otimistas do ministério. Até o início da noite, representantes dos servidores do Banco Central, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Superintendência de Seguros Privados (Susep), o chamado núcleo financeiro, garantiam que a proposta do governo estava completamente descartada.

“Para nós, a proposta é financeiramente ruim e, além disso, temos também um pleito de modernização das carreiras que, depois de dois anos de discussão, ainda não saiu do papel. Então, a decisão de aceitar a proposta de reajuste ficou bem complicada”, afirmou o presidente do Sindicato Nacional de Funcionários do Banco Central (Sinal), Sérgio Belsito.

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), que representa os agentes, escrivães e papilocopistas da Polícia Federal, também alegou que a falta de uma proposta para a reestruração da carreira foi o maior empecilho para que a oferta do governo fosse aceita. “A nossa luta é pelo reconhecimento das atribuições da categoria. Queremos continuar discutindo isso e não apenas um reajuste”, informou a assessoria da entidade.

As lideranças dos funcionários das agência reguladoras, que debateram a oferta do Planalto ao longo da tarde, revelaram que a tendência era pela recusa, mas até o fim do dia não tinham batido o martelo. Os auditores fiscais da Receita Federal também estavam consultando as bases sindicais, mas sinalizavam uma possível concordância com a proposta oficial até o final da noite. Outros sindicalistas queriam estender o prazo e entregar a resposta hoje à tarde ou na sexta-feira pela manhã.

Impacto
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, não quis comentar qual será o impacto dos aumentos concedidos pelo governo ao funcionalismo na folha de pagamentos da União. “O que eu quero esclarecer é que é existem limites e que os reajustes precisam estar previstos no projeto de Orçamento para 2013 que irá ao Congresso até sexta-feira. Os servidores que não aceitaram a proposta do governo não terão aumento em 2013. Só terá aumento quem estiver na Lei”, afirmou.