Ministro da Previdência contesta números da equipe econômica para déficit em 2014

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A equipe econômica e o Ministério da Previdência não se entendem em relação ao déficit da Previdência Social em 2014 , um indicador importante no esforço do governo para equilibrar as contas públicas. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, disse que a projeção da área econômica para o regime de aposentadoria do INSS, de um resultado negativo de R$ 40 bilhões, é “completamente irreal”. Pelas estimativas da Previdência, o descasamento neste ano deverá ser semelhante ao registrado em 2013, na casa dos R$ 50 bilhões, na melhor das hipóteses. 
No ano passado, o déficit da Previdência Social subiu quase 15% em relação ao resultado negativo registrado em 2012, para R$ 51,2 bilhões. Isso aconteceu porque as despesas com pagamento de benefícios superaram as receitas com as contribuições previdenciárias, devido principalmente aos impactos do reajuste do salário mínimo. A previsão da Previdência neste ano leva em conta o cenário econômico atual. 
Procurada, a assessoria do Ministério da Previdência informou que ministro não voltaria a se manifestar sobre o tema. Em nota, publicada no blog da Previdência, a pasta se limitou a listar um conjunto de medidas que vão levar à redução do déficit, o que permitiria alcançar a projeção da equipe econômica, em termos nominais. Mas as medidas não são novas, como, por exemplo, o bem sucedido programado do Empreendedor Individual (MEI) e o combate à sonegação com a implantação do E-Social, que centraliza as informações das empresas. 
A nota informa ainda que o esforço de reduzir o déficit da Previdência é de todo o governo e cita que está em implementação um novo programa de reabilitação profissional, com objetivo de reduzir os gastos com auxílios-doença e invalidez continuados. Este programa, no entanto, enfrenta dificuldades para sair do papel porque demanda o esforço de vários órgãos do governo e ações para inserir os trabalhadores afastados no mercado de trabalho. 
“O esforço pela redução da necessidade de financiamento do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) é um trabalho conjunto de todo o governo federal. Ao mesmo tempo em que procura reduzir despesas inadequadas por meio da adoção de medidas como a reabilitação profissional, por outro lado, o governo está trabalhando para aumentar a formalização. Algumas das iniciativas neste sentido são o programa Empreendedor Individual, a desoneração da folha, a redução da sonegação e a recuperação de créditos”, disse o blog, finalizando: 
“Acreditamos que as medidas serão capazes de trazer resultados bastante significativos já em 2014, possibilitando que a necessidade de financiamento do RGPS, em valores nominais, fique num patamar de cerca de R$ 40 bilhões, conforme prevê a área econômica do governo”.