Contas externas fecham abril com rombo de US$ 6,9 bi

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BRASÍLIA – As contas externas brasileiras tiveram um rombo de US$ 6,9 bilhões no mês passado, de acordo com os dados divulgados pelo Banco Central nesta terça-feira. A previsão do BC era de um déficit em transações correntes — todas as trocas de serviços e do comércio do Brasil com o resto do mundo — de US$ 6 bilhões. Mesmo acima da projeção do governo, o resultado negativo é 25% menor que o déficit do mesmo mês do ano passado. É o início do ajuste das contas externas.

 A expectativa do governo é diminuir cada vez mais esse déficit na esteira do dólar maior. Com a divisa mais cara, fica mais fácil exportar e menos vantajoso gastar com importados. A expectativa do Banco Central é que o momento atual do câmbio favoreça a contabilidade do país.

Nos quatro primeiros meses do ano, as transações correntes têm um déficit de US$ 32,5 bilhões. É 12% menor que o rombo do mesmo período do ano passado. Isso mostra uma velocidade maior do ajuste do que o visto no primeiro trimestre do ano, quando o déficit era 8% menor que o registrado nos três primeiros meses de 2014.

GASTOS DOS TURISTAS NO EXTERIOR CAEM 30%

Enquanto o dólar mais caro estimula as exportações, freia o ímpeto do brasileiro em viajar para o exterior. Os gastos do turistas caíram nada menos que 30% em abril na comparação com o mesmo período do ano passado. No mês, os viajantes deixaram US$ 1,6 bilhão fora. Já em abril de 2014, as despesas foram de 2,3 bilhões.

Só que o dólar valorizado não trouxe mais turistas para o Brasil. Pelo contrário, os gastos dos estrangeiros caíram 18% em relação a abril de 2014, ano da Copa do Mundo.

 Na época do megaevento esportivo, o Brasil também atraía mais investimentos. Em abril deste ano, entraram no país US$ 5,8 bilhões para aumentar a capacidade produtiva das fábricas. Apesar de a cifra ser maior que a expectativa do BC, que era de US$ 4,2 bilhões, isso representa uma queda de 32% em relação ao que ingressou em abril do ano passado.

Nos quatro primeiros meses do ano, o país recebeu US$ 18,9 bilhões: 36% a menos que no quadrimestre inicial de 2014. No ano passado, o investimento estrangeiro no país já não cobria o déficit em conta corrente. Agora, muito menos. Ter investimentos suficientes para arcar com o rombo das contas externas, deixa o BC confortável.

Pelo menos o déficit está mais acomodado. Segundo o Banco Central, o rombo acumulando nos últimos doze meses caiu em abril de 4,54% do Produto Interno Bruto (PIB) para 4,53% do PIB.

Fonte: O Globo