Mesmo com eleição disputada, presidente do TSE aposta na governabilidade
Depois de uma campanha eleitoral acirrada e com resultado apertado para a presidência da República, a Justiça Eleitoral aposta agora na garantia da governabilidade. Este foi o foco do balanço final das eleições de 2014 que os presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF) apresentaram na noite deste domingo (26).
O TSE anunciou oficialmente a reeleição da presidente Dilma Rousseff às 20h27 do domingo, com 98% dos votos apurados. A diferença de apenas 3% dos votos válidos entre os dois candidatos é a menor desde a redemocratização. Para o presidente do TSE, Dias Toffoli, o momento agora é o de buscar a unidade junto à população.
“No Estado Democrático de Direito, o que importa é que, passado o processo eleitoral mesmo com uma diferença pequena de voto, a sociedade volte a estar unida e pensar na necessidade do desenvolvimento desta grande nação: o quarto maior eleitorado do mundo, a quarta maior democracia do mundo”, destacou o ministro.
O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, chamou a atenção para a garantia de governabilidade no novo governo de Dilma. “As eleições foram extremamente disputadas e acirradas, mas o povo discutiu e levou este debate de forma civilizada”, afirmou. Segundo Lewandowski, a Justiça Eleitoral garantiu a tranquilidade do pleito e assegurará a posse de todos os eleitos.
Abstenção
O segundo turno das eleições presidenciais foi marcado pelo aumento da abstenção. Segundo o TSE, o índice subiu de 19,39% no primeiro turno para 21,1% no segundo. Os votos em branco e nulos, no entanto, diminuíram.
Em números absolutos, 30,14 milhões de eleitores deixaram de ir às urnas no segundo turno, contra 27,7 milhões no primeiro. Ao todo, 2,44 milhões de pessoas votaram no primeiro turno, mas não repetiram o gesto hoje (26).
No segundo turno, os votos em branco somaram 1,71%; e os nulos, 4,63%. No primeiro turno, 3,84% dos eleitores haviam votado em branco e 5,8% haviam anulado o voto.
Ocorrências
Neste segundo turno de eleições, o TSE registrou 1.052 ocorrências de irregularidades ou crimes eleitorais, que levaram à prisão de 451 pessoas. Os casos mais recorrentes foram de boca de urna (406), divulgação de propaganda (280) e transporte de eleitores (53). A deputada federal eleita Cristiane Brasil (PTB-RJ), chegou a ser detida com outras 12 pessoas por fazer boca de urna, no Rio de Janeiro. Em Porteirinha, no norte de Minas Gerais, um homem foi preso depois de atear fogo em uma urna eletrônica.
O presidente do TSE, Dias Toffoli, elogiou o processo de identificação biométrica e prometeu aperfeiçoá-lo e ampliá-lo nas próximas eleições. Apenas 0,75% (3.238 das 428.894) das urnas foi substituída neste domingo. Houve votação manual em três seções eleitorais (MG, SP e PE).